Correspondentes bancários, associações e empesas de crédito se reúnem em Guarulhos, neste domingo
Aposentados, empresas de crédito e correspondentes bancários de todo o Brasil realizam neste domingo (19), uma grande mobilização em protesto à suspensão do crédito consignado para beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A manifestação acontece a partir das 10h, na Rua Barão de Mauá, 450, Centro de Guarulhos, São Paulo.
Yasmin Melo, que encabeça Movimento Gigantes do Consignado, é uma das lideranças à frente dessa articulação, e conta com o apoio de correspondentes bancários em todo o país, empresas de créditos, e instituições que representam o setor, como a ANEPS (Associação Nacional dos Profissionais e Empresas Promotoras de Crédito e Correspondentes), além de influenciadores e grandes promotoras do segmento que já manifestaram apoio ao tema que vem incendiando o mercado.
Yasmin Melo explica que a medida prejudica aposentados – que não têm mais acesso ao crédito mais barato – e toda a categoria dos correspondentes bancários, que hoje emprega mais de dois milhões de pessoas no país. “A suspensão do crédito consignado anunciada pelos bancos já provoca um desmonte no setor, com demissões e fechamento de empresas. Se o governo quer reduzir o endividamento, o ataque não pode ser contra quem oferece o crédito mais barato, deve começar com o crédito pessoal, que além de não ter nenhuma regulamentação, chega a juros exorbitantes maiores que 20% ao mês. Isso sim deve ser combatido”, critica Yasmin Melo.
A suspensão do crédito consignado é reflexo da redução dos juros para o consignado do INSS, aprovada pelo Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS). Com os novos limites, o teto dos juros do empréstimo consignado passa de 2,14% para 1,70% ao mês. O teto dos juros do cartão de crédito consignado passa de 3,06% para 2.62% ao mês.
Yasmin ressalta que a medida causa um efeito devastador para a economia porque elimina as ofertas de crédito mais barato, levando os aposentados a procurarem os produtos que têm taxas mais elevadas, como o crédito pessoal. “Os aposentados vão se endividar ainda mais, comprometendo a renda com altas taxas de juros e deixando o salário quase todo para pagar a parcela com essas instituições”, comenta.
Além da manifestação deste domingo, o movimento está colhendo assinaturas para um abaixo assinado que pede a revogação da medida. “Nossa expectativa é que o bom senso prevaleça. Todos somos a favor de um crédito com juros menor, mas com a Selic no patamar atual, e sem oferta de crédito consignado, esta medida causa um verdadeiro colapso que prejudica aposentados, trabalhadores e toda a economia do país”, finaliza Yasmin. Além da luta contra a extinção do crédito consignado no país, o movimento que também quer fortalecer a briga pela regulamentação dos correspondentes bancários no país, frequentemente associada a golpes contra aposentados.
