Neste mês de agosto, o Hospital Santa Marcelina celebra 64 anos. A instituição, considerada referência em atendimento médico de alta complexidade na Zona Leste de São Paulo, região que conta com cerca de 4,6 milhões de habitantes, tem um exemplo de eficiência na gestão de recursos públicos. Um exemplo inspirador é a Irmã Rosane Ghedin, diretora-presidente, que há 20 anos equilibra suas obrigações religiosas com as responsabilidades do cargo, dedicando-se à oração, reflexão e serviço aos necessitados.
Fundado em 1961 pela Congregação das Irmãs de Santa Marcelina, o hospital destaca-se pelo papel fundamental das mulheres na sociedade. Incumbida pela gestão de 26 mil colaboradores, dos quais 14 mil são mulheres, Rosane Ghedin é responsável pela tomada de decisões importantes e estratégicas em relação às finanças e às políticas institucionais, para garantir atendimento de alta qualidade e que atenda às necessidades da população.
Ao longo desses anos, o Santa Marcelina apresenta um crescimento significativo, tanto no Serviço de Oncologia como na Cardiologia. O Hospital realiza toda a linha oncológica, exceto o exame de diagnóstico por imagem PET-CT, equipamento que faz um exame de corpo inteiro do paciente por meio de substâncias que liberam radiação e traz diversas informações essenciais para a tomada de decisão. A previsão é de que o PET-CT chegue na instituição até o final deste ano. Por meio da aquisição do equipamento, a instituição completará todo o diagnóstico, tratamento e estadiamento da linha oncológica, oferecendo um serviço essencial aos pacientes.
Inovação do parque tecnológico: além do PET-CT, o Serviço de Oncologia da instituição vai receber um novo equipamento de Braquiterapia, também conhecida por radioterapia interna, utilizada normalmente como tratamento eficaz contra o câncer do colo do útero, próstata, mama e da pele. O hospital também contará com um novo Acelerador linear para radioterapia (utiliza alta tecnologia usados no tratamento de câncer) e um novo equipamento para a Medicina Nuclear, denominado Gama-Câmara (para atendimento de pacientes que necessitam de diagnóstico com imagens funcionais de diferentes tecidos). Considerado um método não invasivo, são diagnosticadas doenças cardíacas, cerebrais, oncológicas, entre outras.
No Serviço de Hemodinâmica, o parque tecnológico passará por uma reformulação completa, com a construção da quarta sala de procedimentos minimamente invasivos e a substituição dos equipamentos antigos por três novas máquinas de última geração. Os novos aparelhos contam com tecnologia de captação de imagens mais precisas, contraste automático, menor dose de radiação, software em 4D e imagens tomográficas, com o objetivo de proporcionar mais agilidade, precisão e segurança aos pacientes que necessitam de procedimentos coronários, como angioplastia primária e eletiva, intervenções estruturais para cardiopatias congênitas e estudos eletrofisiológicos para arritmias cardíacas.
A modernização também beneficiará os procedimentos vasculares, como angiografia vascular e periférica, e os neurológicos, incluindo angiografia cerebral invasiva, tratamento endovascular para AVC isquêmico e fechamento de aneurismas por intervenção.
Uso da tecnologia para salvar vidas: o Santa Marcelina Saúde, mantendo a missão de integrar tecnologia e assistência em saúde, desenvolveu um sistema inédito que tem como objetivo o acesso ao diagnóstico precoce e mais assertivo, por telemedicina, para identificar o e reduzir em até 40% as mortes por infarto agudo do miocárdio com supra desnivelamento do segmento ST, considerado o mais grave. O programa, chamado STEMI Santa, é exclusivo da matriz, em Itaquera, e foi desenvolvido para atender as UPAs 26 de Agosto, Tito Lopes, Atualpa, Helena, Cidade Tiradentes, Júlio Tupy e os hospitais da Cidade Tiradentes, Itaim Paulista, Itaquaquecetuba e São Bernardo do Campo, unidades da rede que não possuem sala de hemodinâmica para a realização do cateterismo nos pacientes infartados. Por isso, a necessidade da criação do sistema, que reduz o tempo entre o eletrocardiograma ao diagnóstico e do diagnóstico a angioplastia primária.
Neurologia de ponta e interoperabilidade: o hospital é o segundo habilitado em São Paulo para a realização da trombectomia para tratamento de AVC (Acidente Vascular Cerebral). Em 2024, o hospital desenvolveu a unificação dos prontuários eletrônicos, garantindo a interligação dos dados dos pacientes entre o sistema T+SAÚDE, utilizado na Atenção Primária (por meio das UBSs), e o sistema MV, da rede hospitalar, que inclui o Hospital Cidade Tiradentes, UPAs, Hospital Dia e AMA Especialidades, com a matriz em Itaquera. Essa integração possibilita a visualização ágil dos atendimentos realizados em toda a rede. A interoperabilidade garante que diferentes sistemas se comuniquem entre si e compartilhem informações em tempo real, permitindo a visualização de exames de imagem, laudos de exames laboratoriais e registros de atendimentos médicos de toda a rede.
Santa em Números: a Instituição conta com 1.561 leitos, 57 salas cirúrgicas e 21 salas obstétricas. Em 2023, foram realizados mais de 16 milhões de atendimentos, 5 milhões de exames e 38.306 cirurgias no total, incluindo 380 cardíacas e 1.716 oncológicas. Também foram registrados 2.162.255 atendimentos de urgência, 77.971 internações, 25 mil sessões de quimioterapia, 400 sessões de radioterapia e 1.140 procedimentos de hemodinâmica.
Legado de 20 anos da diretora-presidente Irmã Rosane Ghedin: nestes 20 anos de legado, a Irmã administra e gerencia 10 unidades hospitalares localizadas em diversas regiões do Brasil, como Porto Velho (RO), Sapezal (MT), São Bernardo do Campo (ABC), Itaquaquecetuba, na Zona Leste de São Paulo: Itaquera, São Miguel Paulista, Cidade Tiradentes, Itaim Paulista e mais de 114 unidades da Atenção Primária à Saúde (APS), uma das principais frentes de atuação, cuja missão é cuidar e formar pessoas, guiados pelos princípios de acolhimento e dedicação. E como conciliar e ter equilíbrio entre obrigações religiosas, responsabilidade do cargo, dedicando-se à oração, reflexão e serviços aos necessitados?
Mesmo com todas essas responsabilidades, a religiosa da Congregação das Irmãs de Santa Marcelina encontra satisfação e propósito em seu trabalho, com o objetivo de auxiliar a saúde de muitas pessoas. Como parte da força da vocação, Irmã Rosane tem a missão de liderar uma equipe de profissionais do Santa Marcelina Cultura, projeto que desenvolve um ciclo completo de formação musical integrado a uma proposta de inclusão sociocultural, promovendo a formação de pessoas para a vida e para a sociedade. Em 2023, Ghedin esteve na lista 50 Over 50 2023 da Revista Forbes Brasil, o que demonstra seu reconhecimento e destaque no cenário empresarial e social. Nascida em Vitorino, no interior do Paraná, é neta de italianos e cresceu em uma família com sete irmãos, sendo a única a optar pela vida religiosa, ingressando no convento aos 15 anos. Ela foi reconhecida pela sua dedicação, atuação e compromisso relevantes dos serviços prestados em prol da enfermagem e da população, e foi homenageada pelo Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN-SP), na segunda edição do Prêmio Victória Secaf 2024, aos profissionais que marcaram gerações na enfermagem paulista.
















