Primeira série do Disney+, ‘WandaVision’ homenageia sitcoms


As fases 1, 2 e 3 do Universo Cinematográfico Marvel começaram com Homem de Ferro (2008), Homem de Ferro 3 (2013) e Capitão América: Guerra Civil (2016), respectivamente. A aguardada Fase 4 chega finalmente nesta sexta-feira no Disney+, e seu pontapé inicial não se parece em quase nada com seus antecessores.

Primeiro, WandaVision, escrita por Jac Schaeffer e dirigida por Matt Shakman, é uma sitcom em que o espírito de atores clássicos do gênero, como Mary Tyler Moore e Dick Van Dyke, baixa em Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Vision (Paul Bettany). Claro que estamos falando da Marvel, então nem tudo é o que parece. Mas, pelo menos nos primeiros episódios, a comédia fala mais alto do que a ação. Segundo, é a primeira série de televisão a inaugurar uma fase do UCM.

WandaVision também inaugura a produção do Marvel Studios para o Disney+. Antes, os programas feitos para a telinha baseados nos quadrinhos da Marvel tinham pouca conexão com os longas-metragens.

“Começar com WandaVision é uma maneira de dizer para nosso público estar preparado para o novo e o diferente, mesmo que eu acredite que nossos filmes sempre tenham apresentado isso ao longo do tempo”, afirmou Kevin Feige, presidente do estúdio, em entrevista coletiva via videoconferência.

O plano original não previa a estreia da Fase 4 com WandaVision – na verdade, no cronograma anunciado durante a ComicCon de San Diego no ano passado, a série era a quinta na agenda, depois de Viúva Negra, Falcão e o Soldado Invernal, Eternos e Shang-Chi e a Lenda dos Dez Aneis. WandaVision viria logo antes de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, em que Wanda Maximoff tem uma participação importante. A covid-19 forçou uma alteração. “Nosso plano sempre prevê a possibilidade de mudar a ordem. Claro que não tínhamos como prever uma pandemia global”, disse Feige, que está otimista. “Esse tipo de imprevisto sempre nos serviu bem”.

Mas todos hão de convir: uma série que começa em preto e branco, com Wanda e Vision tendo problemas domésticos e escondendo seus poderes especiais numa pequena cidade é uma produção surpreendente dentro do UCM. “Estar à frente de um projeto deste, num novo formato de televisão foi intimidador”, disse Elizabeth Olsen em entrevista ao Estadão. “Mas fiquei muito empolgada com o conceito, senti orgulho de fazer parte de algo original. Não é o que nos condicionamos a ver como uma história de super-herói. Mas é. Só que estamos contando de maneira diferente.”

Cada um dos três primeiros episódios é como uma homenagem a sitcoms clássicas do passado, mostrando a progressão do gênero com o tempo. O primeiro foi gravado com plateia ao vivo, era nos anos 1950. Não faltam inspirações como The Dick Van Dyke Show, A Feiticeira e A Família Sol-Lá-Si-Dó. Historicamente a sitcom familiar, especialmente, sempre foi o lugar do sonho americano. “Elas falam dessa experiência familiar ideal e cheia de esperança, meio cafona e absurda, mas isso ajuda nossa série porque estamos nos distanciando tanto da realidade percebida conhecida do UCM”, disse Olsen, que é irmã de Mary-Kate e Ashley, estrelas da sitcom Três É Demais, sucesso dos anos 1980

Wanda é uma das personagens mais trágicas do Universo Cinematográfico Marvel, tendo perdido seu país, seu irmão gêmeo e seu grande amor – Vision foi morto em Vingadores: Guerra Infinita. “Ela sempre foi muito baseada na sua emoção”, disse Olsen. “Foi divertido demais colocar uma sitcom sobre Wanda e tentar interpretar essas versões dela da forma mais sincera possível. Mas o que mais gostei foi dos momentos de tensão entre esses dois mundos, a sitcom e o UCM.”

Como a ideia é que as séries da Marvel no Disney+ sejam parte da história maior contada pelos filmes, essa fase sitcom de Wanda, além de permitir ver um panorama mais completo da história de amor com Vision, também deve ser um passo na sua transformação na Feiticeira Escarlate, como já foi anunciado. “A série é uma história de amadurecimento para Wanda”, disse Olsen. “Ela se firma como mulher e tem de lidar com suas experiências passadas. Como sabemos, quem processa bem o que aconteceu pode ir em frente e evoluir.”

Como se dará essa progressão é um dos mistérios para os capítulos seguintes da Fase 4.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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