Mãe de acusado por sequestro-relâmpago em Guarulhos diz que filho é inocente

Foto: Arquivo Pessoal
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Maria de Fátima de Barros, mãe de Jordhy Allyson Dias de Lima, um dos quatro homens que foram condenados por conta de uma foto no Facebook de ter participado de um sequestro-relâmpago em Guarulhos no ano de 2015, revelou ao HOJE em entrevista exclusiva que seu filho é inocente. Os homens foram condenados a mais de 11 anos de prisão em segunda instância, mas a defesa apontou várias falhas nas provas.

“Há sete anos, meu filho estava saindo para trabalhar quando parou um carro descaracterizado com policiais civis à paisana e o levaram até um Distrito Policial (DP). Eu estava trabalhando quando recebi a notícia, saí correndo e voltei para casa. Durante esse tempo, os policiais também já tinham prendido o Mateus e o Emerson, mas ainda não tinham encontrado o Wellington”, descreveu a mãe.

Fátima disse ter ido até o 1º DP de Guarulhos procurando saber o que estava acontecendo, porém lá não estava constando nada. “Em seguida, fui até o 2º DP e lá não achamos nada também. Voltei ao 1º DP, quando apareceu um policial que nos atendeu com mais atenção e me disse que alguns meninos estavam sendo acusados de um sequestro-relâmpago na zona oeste da capital e quem tinha os abordado, eram policiais do 51º Distrito Policial, localizado no Butantã. Corri para lá junto com toda a família e fiquei sabendo que meu filho estava sendo preso confundido com um menino que, na época, havia morrido há dois anos durante uma troca de tiros com a polícia pois estava efetuando o mesmo delito que o meu filho estava sendo acusado. Jordhy ficou nove meses preso, isso acabou com a vida dele e já foi comprovado que não eram eles, pois os quatro são inocentes”, explicou.

Segundo a vítima, ela foi abordada e ameaçada de morte por cinco homens em duas motocicletas em Guarulhos e que foi levada a uma comunidade na zona oeste da capital, e obrigada a fazer saques e passar a senha de seu cartão. Agora, cinco anos depois, o Ministério Público recorreu e condenou novamente os meninos a 14 anos e 11 meses de prisão.

“Desde então nós estamos sofrendo demais. Ele estava de casamento marcado para dezembro, estava empregado e trabalhando como motorista de ônibus. Fui visitá-lo no último sábado e soube que está com depressão, muito abatido. Me falou que só espera em Deus e que não sabe o que está acontecendo, pois nunca fez nada para estar num lugar daquele. É complicado, nós estamos sofrendo demais”, acrescentou Fátima.

Em nota, a Secretaria de Serviços Público de São Paulo não se pronunciou sobre o caso alegando que “a solicitação deve ser encaminhada para o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), órgão competente para seu questionamento.”

Questionado, o TJ informou que “esse processo tramita em segredo de justiça e, por isso, não temos acesso a nenhuma informação sobre ele”. No entanto, segundo o órgão, “há um pedido de Revisão Criminal em nome de Wellington Carvalho Gonçalves que ainda não foi julgado”.

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