Funcionários cobram a permanência da Furp em Guarulhos; decisão é de Doria

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Antônio Boaventura

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Os problemas financeiros podem culminar no fim das atividades da Fundação do Remédio Popular (Furp) em Guarulhos. Funcionários da unidade cobram a permanência da unidade. O HOJE acompanhou com exclusividade, na manhã desta quarta-feira (18), a visita dos deputados estaduais da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada pela Assembleia Legislativa (Alesp) para investigar a empresa.

“O nosso propósito é atender a população carente e não fomentar a concorrência com laboratórios privados. A gente fabrica os remédios que eles não querem vender”, explicou o auxiliar de almoxarifado, Alexsander Rodrigues.

A ociosidade da fábrica em Guarulhos, neste ano, é de 42%. Em 2018, superou 60%. Com uma dívida de R$ 1,3 milhão, os funcionários cobraram a modernização do maquinário utilizado para a produção de medicamentos. A fábrica na cidade conta com mais de 800 colaboradores, que poderiam produzir até 1 bilhão de comprimidos por ano.

A deputada estadual Janaína Paschoal (PSL) conversou com os funcionários e criticou a baixa capacidade de produção da unidade. “Não vim aqui para garantir os empregos. Vim para conhecer o funcionamento da fábrica e pude ver que existe ociosidade”, afirmou.

“A gente vê que é possível (manter a fábrica). A Furp é a reguladora do mercado de medicamentos no nosso estado e, sobretudo, é fornecedora para a população de baixa renda”, avaliou a deputada estadual Beth Sahão (PT), sub-relatora da CPI. Ao todo são distribuídos em todo país, via Ministério da Saúde, cerca de 45 remédios produzidos pela empresa.

A Furp tem R$ 100 milhões em dívidas, é investigada pelo Ministério Público do Estado (MPE) de São Paulo desde 2017 e teve o balanço de 2012 rejeitado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). O governador João Doria avalia fechar a empresa, a menos que encontre mecanismos para eliminar o déficit.

Foto: Ivanildo Porto

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