Antônio Boaventura
Candidato ao governo do estado de São Paulo, o candidato João Dória (PSDB) vem se declarando, de forma contundente e veemente, seu posicionamento contrário às políticas socialistas adotadas pelos partidos considerados de esquerda. No entanto, o tucano realizou doações para as campanhas de Manuela D’Ávila e Orlando Silva, ambos do PCdoB, no ano de 2012. Os dados estão disponíveis no Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Atualmente candidata a vice-presidente na chapa encabeçada por Fernando Haddad (PT), Manoela recebeu do tucano, por meio da Doria Associados Consultoria Ltda., a quantia de R$ 10 mil como doação de campanha. Naquela ocasião, a representante do PCdoB disputou o cargo de prefeita da cidade de Porto Alegre (RS) e obteve pouco mais de 140 mil votos. Ela perdeu a eleição para Fortunati (PDT).
Além de D’Ávila, outro integrante do Partido Comunista do Brasil também beneficiado pelo tucano naquele mesmo ano foi o candidato a vereador na cidade de São Paulo, o ex-ministro do Esporte do governo de Dilma Rousseff, Orlando Silva. Sua campanha foi beneficiada com R$ 10 mil da empresa de Doria. Contudo, os 19.739 votos não foram suficientes para que ele pudesse ser eleito.
Após a confirmação de sua presença no segundo turno das eleições para o governo do estado, João Doria afirmou ser enérgico em suas ações para combater a esquerda de seu oponente Márcio França (PSB) nesta disputa. O representante do PSDB conquistou a preferência de 31,77% dos eleitores paulistas, enquanto França assegurou seu ingresso ao 2º turno com 21,53% dos votos válidos.
“Serei duríssimo como adversário do Márcio França. Velhos políticos com velhas políticas vão enfrentar alguém que defende o novo. A esquerda do Márcio França será derrotada pelos mesmos brasileiros que derrotaram o Lula e o PT. Serei contra a esquerda, contra genéricos do PT, serei o mesmo João Doria que venceu o PT em São Paulo [na capital paulista]”, disse.
Através de sua assessoria de imprensa, Doria ressaltou que fez doações e como empresário doou também para partidos como DEM, PSDB, PP e PSD. Como se observa, nenhuma tendência ideológica ou viés partidário. As doações são compatíveis com o comportamento de um líder empresarial, como era o caso a época. Importante ressaltar ainda que 51% de todas as doações realizadas por ele foram destinadas ao seu partido, o PSDB.
Foto: Antônio Cruz/Fotos Públicas
