Evento na USP com lideranças Puri e Kaimbé discute a educação pré-vestibular para indígenas

A Subsecretaria da Igualdade Racial de Guarulhos participou no último sábado (14) da Coordenação Indígena do Núcleo de Cursinho Popular, que aconteceu na Faculdade de Letras e Filosofia da USP. A professora Luizinha Pankararu participou de um aulão com estudantes e com a União de Núcleos da Educação Popular para Pessoas Negras, Negros e Classe Trabalhadora (Uneafro) para discutir a educação para os povos indígenas, com foco no ensino pré-vestibular.

A Uneafro, por meio de 35 núcleos, disponibiliza cursos pré-vestibulares comunitários e trabalha em regiões periféricas dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Brasília e Rio de Janeiro e em territórios quilombolas e indígenas de todo o Brasil, e atua também de forma virtual. O início de sua atuação remonta a 2008 e, em Guarulhos, a instituição é conhecida por promover articulações com os povos indígenas locais.

O encontro do sábado discutiu, entre outros temas, formas de levar em consideração o contexto indígena nas universidades – uma das vertentes analisadas, por exemplo, foi o conceito errôneo de que houve uma colonização no país quando da chegada dos portugueses no início do século 16. “O que ocorreu na realidade foi uma invasão seguida de um genocídio”, explicaram o cacique Alex Kaimbé e Day Puri, coordenadores do núcleo.

A rede de cursinhos da Uneafro é totalmente gratuita e com corpo docente voluntário. Para fazer a inscrição acesse https://inscricoes.uneafrobrasil.org/pre-cadastro e preencha o pré-cadastro. Será necessário aguardar pelo contato do núcleo selecionado durante a inscrição. Esta será finalizada e confirmada presencialmente, conforme as instruções da unidade pretendida pelo candidato.

A Uneafro promove parcerias com uma série de aldeias indígenas – em Guarulhos, ela ocorre na Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra – espaço Kaimbé, no Cabuçu. A instituição defende o ensino decolonial (conjunto de práticas que buscam confrontar e reverter os efeitos da colonialidade, ou seja, as estruturas de poder e dominação estabelecidas pelo colonialismo) e uma educação vertical dirigida pela etnicidade de cada povo, diversa e em prol da igualdade de oportunidades e da justiça social. O núcleo Luizinha Pankararu também recebe inscrições de professores voluntários, que devem ser feitas no site da Uneafro. No momento da inscrição, considerar o núcleo Professora Luizinha Pankararu.

Em 17 anos de atuação, mais de 20 mil estudantes passaram pela Uneafro. Para obter mais informações sobre a instituição acesse https://www.instagram.com/uneafrobrasil/.

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