Aos 57 anos, Marta Regina Ribeiro descobriu uma verdade que mudou completamente sua história: ela não havia sido abandonada na infância, mas sim sequestrada. A revelação veio após décadas vivendo em Guarulhos e acreditando na versão contada pelos pais adotivos, de que teria sido rejeitada e deixada pela mãe biológica quando tinha apenas sete meses, em 1968.
A mudança começou quando seu filho decidiu investigar o processo de adoção arquivado em Guarulhos. Os documentos indicavam apenas que uma mulher chamada Jandira Ribeiro havia sido detida por abandono e maus-tratos, alegando ser a mãe da bebê. Nada sugeria que Marta tivesse sido vítima de um sequestro.
A reviravolta aconteceu quando familiares de Casa Branca apareceram após uma busca em plataformas genealógicas. Eles afirmaram que a mesma Jandira havia desaparecido com uma bebê durante uma Folia de Reis em 1968. A criança sequestrada se chamava Sônia Maria Rodrigues, procurada pela família por muitos anos.
Tamiris Santa Rosa, descendente da família de origem, relatou que sua avó participava da festividade com os sete filhos quando a bebê começou a chorar. Cansada, ela decidiu ir embora mais cedo, e a amiga Jandira se ofereceu para carregar a menina — mas nunca mais apareceu com a criança.
A confirmação veio após conversas, troca de fotos e um teste de DNA: Marta era Sônia. Ela lembrou que, após o episódio registrado no boletim de ocorrência, passou por atendimento no antigo Pronto Socorro Municipal de Guarulhos, onde tratou um quadro grave de desnutrição. Dias depois, segundo relatou, o motorista da ambulância teria levado a bebê para casa e a apresentado a um casal vizinho, que decidiu adotá-la.
O reencontro com a família biológica ocorreu apenas em abril deste ano. Marta conheceu as irmãs Vera, Rosilda, Marilda e Rosângela em Casa Branca, além de sobrinhos e outros parentes que a acolheram com grande emoção após 57 anos de busca. A mãe biológica, Maria Aparecida, faleceu em 1988, e o pai, Sebastião Rodrigues, em 2005.
















