Diretor Jacques Rivette, grande nome da Nouvelle Vague, morre em Paris

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Jacques Rivette no festival de cinema de Veneza em 2009 Fotografia: Damien Meyer / AFP / Getty Images
Jacques Rivette no festival de cinema de Veneza em 2009 Fotografia: Damien Meyer / AFP / Getty Images

 

Jacques Rivette, cineasta francês que integrou a Nouvelle Vague morreu sexta-feira, 29 de janeiro com 87 anos, de acordo com o site do jornal “Le Monde”.

O diretor fez parte do grupo de críticos da revista “Cahiers du Cinéma”, editada por André Bazin, deixando grandes textos críticos e mais um legado crucial para a modernidade cinematográfica. Foi responsável por filmes como “Paris nos pertence” (1961), “A Religiosa” (1966), “Céline e Julie Vão de Barco” (1974), “La bande des quatre” (1989), “A bela intrigante” (1991), entre outros. O mais recente foi “36 vues du Pic Saint Loup” (2009).

 De acordo com o “Guardian”, ele sofria do Mal de Alzheimer há alguns anos.

Jacques Rivette deu o pontapé de saída em 1956, quando seu curta-metragem Le Coup du Berger, filmado em 35mm no apartamento de Claude Chabrol foi lançado nos cinemas. Ao longo do meio século que se seguiu, o cineasta manteve-se fiel ao espírito de liberdade que caracteriza este movimento, o que resultou em ele por uma busca incessante da desregulamentação.

Considerado um dos mais importantes e revolucionários movimentos da história do cinema, a “Nouvelle Vague” surgiu nos anos 1950 na França e foi obra dos jovens críticos da revista “Cahiers du Cinéma”. Cineastas e roteiristas como Jean Luc-Godard, Alain Resnais, Éric Rohmer, Claude Chabrol e o próprio Rivette, que defendiam o cinema de autor.

Em 1958, sem o investimento de um produtor, Rivette foi para as ruas de Paris com seus amigos, uma câmera de 16 milímetros, e um estoque de filme comprado com dinheiro emprestado. Após o sucesso comercial dos filmes “Os Incompreendidos” (1959), de Trufautt, “Hiroshima Meu Amor” (1959), de Resnais, e “Acossado” (1960), de Godard, Rivette lançou o seu “Paris nos pertence”.

Seu próximo filme, “A Religiosa” (1966), uma adaptação do romance de Diderot, teve sua exibição proibida pelo governo por um ano. Suas teorias revolucionárias do cinema influenciaram figuras como Jean-Marie Straub, Danièle Huillet e Chantal Akerman, e trabalhou com os atores Jean-Pierre Léaud, Juliet Berto, Anna Karina e Maria Schneider.

Com “A bela intrigante”, estrelado por Jane Birkin e Michel Piccoli, o cineasta ganhou alguns de seus principais prêmios. No Festival de Cannes de 1991, o filme rendeu o Grande Prêmio do Júrie ainda uma menção especial. O mesmo longa garantiu duas indicações no César, considerado o Oscar francês, nas categorias melhor filme e melhor diretor.

Em 1989, ganhou no Festival de Berlim o prêmio da Federação Internacional de Críticos de Cinema (FIPRESCi) com o longa “La bande des quatre”.

Fonte: G1, Le Monde, The Guardian

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