Em função dos recorrentes problemas administrativos, gestão do Instituto Gerir no HMU vira alvo da CPI das OSS da Alesp


Depois de investigar contratos formalizados de organizações sociais da saúde com administrações públicas ao longo do estado de São Paulo, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) volta suas atenções para Guarulhos, em especial, ao modelo de gestão adotado pelo Instituto Gerir no Hospital Municipal de Urgências (HMU) e Hospital Municipal da Criança e do Adolescente (HMCA).

“Nós recebemos informações que aqui [HMU] existe um alto nível de infecção, e em um determinado momento não houve alimentação para os pacientes, e diz a empresa que foi por falta de pagamento. A CPI recebe diversas denúncias e entre elas está a falta de atendimento. O diretor técnico não tem conhecimento de quais são as condições e há uma divergência sobre quem pagou e quem deveria receber e diz que não recebeu”, declarou o deputado estadual Edmir Chedid.

Nesta quinta-feira (16), os deputados estaduais Edmir Chedid (DEM), presidente daquela comissão do legislativo estadual, e Carlos Neder (PT), relator da referida CPI, estiveram em visita ao HMU. Naquela ocasião, ambos os parlamentares aventaram a possibilidade de convocar representantes do Instituto Gerir para prestar esclarecimentos para aquela comissão sobre os motivos pelos quais acarretam os problemas no atendimento à população local.

“Está chamando a nossa atenção o enorme esforço em manter uma imagem que não condiz com a realidade que presenciamos lá dentro. Nós não sabemos o porquê foi feita a escolha desta organização social. Foi preciso buscar uma organização em Goiânia para atender a população de Guarulhos. Nós queremos saber e por isso serão convocados na CPI exatamente como se deu a escolha e se os valores dos contratos são adequados para o atendimento”, disse o deputado estadual Carlos Neder.

Em relação ao episódio, a organização social entende que a visita dos deputados foi direcionada aos hospitais existente na cidade de Guarulhos, que acordo com ele foi sem exceção, e transcorreu em clima tranquilo. E que os deputados visitaram as instalações do HMU e foram recepcionados pela direção daquela unidade de saúde. Funcionários do Instituto revelaram sob anonimato que receberam nos últimos dias o salário do mês de maio deste ano.

“Eles negam que estejam faltando com o pagamento dos trabalhadores. Disseram que no valor global do contrato, na ordem de R$ 6 milhões embutia gastos com funcionários da prefeitura, e que a prefeitura está assumindo os pagamentos de seus funcionários. E precisaríamos ter um mecanismo de controle”, concluiu Neder.

Antônio Boaventura

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