Reportagem: Ulisses Carvalho
O advogado do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe), Ariel de Castro Alves, afirmou em entrevista ao HOJE, que o policial que aparece no vídeo empurrando uma estudante da Escola Estadual Frederico de Barros Brotero, localizada na rua Jaiminho, no bairro da Vila Progresso, região central, foi afastado das atividades.
“O policial que aparece nas imagens já foi afastado e outros ainda serão investigados”, informou Alves, criticando a atuação do policial que não teve a identidade revelada. “Nós temos nesse caso um abuso de autoridade e o ataque à integridade dos estudantes”, afirmou Alves, que encaminhou os vídeos da confusão para a Ouvidoria Geral das polícias.
A aluna que aparece no vídeo sendo empurrada seria estudante do terceiro ano do Ensino Médio. O caso ocorreu na noite de quinta-feira (04), às 18h, quando de acordo com os alunos, uma manifestação pacífica contra o atual diretor foi marcada através de um grupo de WhatsApp. “A gente montou um grupo falando que a manifestação iria ser pacifícia contra as atitudes do atual diretor. Não tínhamos a intenção de ameaçar ninguém”, afirmou uma aluna.
De acordo com os jovens, o protesto ocorreu porque o diretor da escola, que não teve o nome divulgado, não estaria tendo tolerância com relação ao atraso dos estudantes, e com isso, os alunos estariam sendo proibidos de entrar na segunda aula. “Tudo isso começou por conta das atitudes desse diretor, teve mães que já saíram chorando dessa escola. Não tem tolerância de atraso, chega um minuto a mais e já não pode frequentar as aulas”, revelou a estudante Sabrina Rocha de Souza, 23.
Dois alunos foram apreendidos durante a confusão e encaminhados para o 1° Distrito Policial, onde foi lavrado o boletim de ocorrência e aguardam audiência na vara da Infância e Juventude. A reportagem compareceu às 11h de sexta-feira (05), na escola para tentar conversar com o diretor, porém, foi informada na secretaria de que ninguém iria se pronunciar.
Em nota, A Secretaria de Educação do Estado informou que vai apurar o ocorrido e colaborar com a polícia para esclarecer o fato. A PM disse que tomou ciência do vídeo e instaurou uma investigação para analisar a conduta dos policiais e todas as circunstâncias da ocorrência, podendo resultar no afastamento do serviço operacional.
Condutores escolares também reclamam do atual diretor
Três condutores de vans escolares, que pediram para não ser identificados, com medo de represálias, também reclamaram da conduta do atual diretor com alunos e funcionários. “Estamos trabalhando sobre pressão por conta do horário. Ele não dá um segundo de tolerância”, disse uma condutora.
Além desse problema, o diretor também não estaria permitindo que os condutores utilizassem o banheiro da unidade escolar. “Não deixa a gente nem ao menos utilizar o banheiro ou beber uma água. Nessa semana, ele deixou duas crianças entrar que chegaram atrasadas após as mães afirmarem que iriam acionar a Polícia Militar”, revelou.
Através de contato telefônico com a PM na noite de quinta-feira (04), a polícia informou que na quarta-feira (03), teria realizado a apreensão de entorpecentes próxima a unidade escolar.
