Corregedoria da PM vai apurar sobre as 4 mortes durante suposto confronto com a Rota na Dutra

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Reportagem: Ulisses Carvalho

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A Corregedoria da Polícia Militar abriu um inquérito para apurar as quatro mortes dos jovens em um suposto confronto com policiais das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), no km 214 da rodovia Presidente Dutra, na pista expressa sentido Rio de Janeiro. Os policiais envolvidos na ocorrência já teriam sido afastados enquanto ocorre a investigação.

O caso ocorreu na noite desta quarta-feira (17), por volta das 21h, quando após uma perseguição que teria sido iniciada no bairro do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, segundo a PM, terminou em um confronto na rodovia, com os policiais baleando quatro indivíduos, que morreram no local.

Os indivíduos são Vitor Nascimento Barbosa Alves, 21, Nicolas Vieira, 19, Leonardo Rocha de Carvalho, 23 e Rony Oliveira de Souza, 20. No primeiro contato telefônico que o HOJE realizou com a assessoria da PM na noite de quarta-feira, a informação da corporação é de que o veículo seria produto de furto, porém, depois a polícia alegou que o veículo teria envolvimento em crimes e que os suspeitos não teriam obedecido à ordem de parada do veículo na rodovia.

A reportagem compareceu na manhã desta quinta-feira (18), no 7° distrito Policial, no bairro do Jardim São João, onde foi lavrado o boletim de ocorrência. O carro utilizado pelos jovens estava em frente à delegacia com quatro marcas de tiros, um adesivo do aplicativo de transporte Uber e sem uma roda. No local estava também a mãe de Alves, a auxiliar de limpeza Maria Rita, 49.

“Meu filho é o proprietário do veículo”, alegou a Rita, informando que o jovem cursava direito em uma faculdade privada e chegou a trabalhar como motorista do aplicativo. Já a mãe de Carvalho, que trabalhava como autônomo, a auxiliar de limpeza, Maria Rocha, 48, afirmou que está confusa com toda essa situação. “A polícia não falou nada com a gente, recebi a notícia através da televisão. Meu filho jantou ontem em casa e saiu, porém, ligou para o irmão dele, falando para me avisar que estava sendo preso em São Mateus”.

Após mais de 11h interditada, pista expressa da Dutra é liberada

Devido a ocorrência policial, a pista expressa da rodovia Presidente Dutra ficou interditada das 21h25 de quarta-feira até às 8h38 desta quinta-feira (18). “Devido à ocorrência, o tráfego foi desviado para a pista marginal, que registrou pico de lentidão de 6km”, informou a concessionária da rodovia, a empresa CCR Nova Dutra.

“A Concessionária esclarece que removeu os corpos que estavam na pista da rodovia para uma área próxima ao local da ocorrência policial em atendimento a uma determinação da Polícia Rodoviária Federal. A remoção ocorreu somente após o trabalho da perícia da Polícia Civil para liberação das pistas que estavam interditadas, sendo que a retirada dos corpos do local foi feita por viatura do Instituto Médico Legal”.

O Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa de Guarulhos (SHPP) investiga o caso, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP). “Todas as circunstâncias dos fatos serão apuradas durante a investigação pela Polícia Civil e pela Polícia Militar, por meio de IPM. Os policiais envolvidos na ocorrência foram encaminhados para avaliação. A Corregedoria da instituição acompanha”, informou a secretaria.

Alves já teria passagem pela Fundação Casa. A reportagem questionou a SSP sobre se os indivíduos já teriam antecedentes criminais e também em relação à questão do telefonema de Carvalho para a mãe, porém, a secretaria apenas informou que a Corregedoria da Polícia Militar avocou o inquérito que segue em caráter sigiloso, como definido no artigo 16 do Código de Processo Penal Militar.

Foto: Ivanildo Porto

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