Enfermeira em hospital de campanha do Ibirapuera teme ‘boom’ de casos: ‘Vida não voltou ao normal’

Enfermeira Rayssa Martins, de São Paulo. — Foto: Arquivo Pessoal
- PUBLICIDADE -

Após completar um mês de trabalho como supervisora da enfermagem do Hospital de Campanha do Ibirapuera, na Zona Sul da cidade de São Paulo, Rayssa Martins, de 29 anos, pediu demissão e segue no atendimento do Pronto Socorro Municipal Balneário São José, também na Zona Sul.

“Tem hora que você percebe que mochilinha está um pouco pesada, mas tudo é aprendizado e experiência. A troca é muito importante e eu fui muito acolhida”, garante.

Rayssa já trabalhava no PS quando começou no hospital de campanha, em 1º de maio. Quando a enfermeira falou com o G1 em maio, os horários de plantões coincidiam e ela trabalhava 12 horas em um, 12 horas em outro e tinha 24 horas para descansar. Com uma mudança em uma das escalas, ela não conseguiu conciliar os horários e precisou escolher entre os empregos.

Atualmente, a enfermeira tem a escala de 12×36 — trabalha 12 horas seguidas e folga as próximas 36 horas. Lidar com tanto tempo livre foi um susto no início. “Parece que dormir se tornou a maior emoção da vida. Nos primeiros dias, parecia que eu nunca tinha dormido na minha vida. Foi difícil.”

Além do descanso, após quatro meses longe da família, a enfermeira conseguiu ver a mãe em Santos, no litoral Sul do estado.

“Ela não esperava, fui de surpresa. Cheguei de noite e ela já estava deitada. Quando me viu, ela não sabia se estava sonhando. Foi engraçado. Não pudemos nos abraçar, foi rápido, uma noite só, mas a gente pôde sentar, comer junto, conversar. Ela precisava ver que não estava faltando nenhum pedaço em mim”, brinca.

- PUBLICIDADE -