Jardim Botânico do Rio inaugura trilha entre sítios arqueológicos


Comemorando 213 anos de fundação, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro lançou na manhã de hoje (13) a Trilha do Patrimônio. O percurso apresenta os principais monumentos e cinco sítios arqueológicos que contam a história bicentenária da instituição. Uma exposição sobre a trilha também foi montada no centro de visitantes.

“Vai permitir ter essa nova visão sobre o Jardim Botânico. São camadas e camadas de edificações e de história, em conjunto com o espaço verde, que formam esse jardim maravilhoso. Agora estamos dando uma outra dimensão e levando o olhar para outros aspectos. Isso enriquece demais a visitação”,  avalia Léa Therezinha Carvalho, arquiteta do Jardim Botânico que concebeu a trilha.

Segundo Léa, a trilha surge em diálogo com o 27º Congresso Mundial de Arquitetos (UIA) e seu lançamento integra a programação do evento, o maior da área. Em 2021, ele está sendo organizado pelo Brasil. São diversas atividades virtuais programadas para diferentes semanas ao longo do ano.

Fundado em 1808 pelo então príncipe regente português D. João VI, o Jardim Botânico era voltado inicialmente para a aclimatação de espécies vegetais originárias de outras partes do mundo. Com as transformações ao longo do tempo, ele se converteu no que é hoje: um instituto de pesquisas vinculado ao Ministério do Meio Ambiente que centraliza um dos mais importantes centros do mundo para estudos sobre botânica e conservação da biodiversidade.

Reconhecido como patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Jardim Botânico é também um dos principais pontos turísticos da capital fluminense. No local, são recebidos anualmente mais de 500 mil visitantes.

A trilha

A trilha busca reiterar a importância histórico-cultural do Jardim Botânico e é composta por 11 pontos que contribuíram para a sua formação. Todos eles guardam traços de valor arquitetônico, cultural e histórico. O ponto de partida é o prédio mais antigo da zona sul do Rio de Janeiro, onde hoje funciona o centro de visitantes (foto principal). O edifício foi construído em 1576, isto é, 232 anos antes da data de fundação do Jardim Botânico. Originalmente, ele sediava um engenho de açúcar.

O fio condutor que levou a transformação do engenho no Jardim Botânico pode ser compreendido através do percurso. “Diferente de todas as outras trilhas que já foram feitas, ela é voltada para o patrimônio histórico da instituição”, diz a presidente do Jardim Botânico, Ana Lúcia Santoro.

O percurso passa também por outros locais como o Museu Sítio Arqueológico Casa dos Pilões e o Aqueduto da Levada, se encerrando no Solar da Imperatriz. Trata-se de um exemplar da arquitetura rural no Rio de Janeiro, construído entre os séculos 18 e 19 como sede da Fazenda do Macaco.

Ao longo do tempo, o imóvel também foi um espaço voltado para órfãos aprenderem técnicas de plantio e depois abrigou o Serviço Florestal do Brasil e a Fundação Pró-Memória. Atualmente é sede da Escola Nacional de Botânica Tropical do Jardim Botânico, sendo reconhecido como sítio arqueológico e tombado como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

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