Mães: o desafio de conciliar filhos, aulas on-line, casa e home office

Com as medidas preventivas contra a pandemia do coronavírus, como o distanciamento físico e os cuidados com a saúde, muitas mães adotaram o home office. Ainda, assim, conseguiram cuidar dos filhos e das tarefas domésticas juntamente com as da escola, às vezes, sem tempo para si mesmas, pois nem sempre têm ajuda dos familiares ou dos parceiros.

Muitas crianças e adolescentes ficaram com as aulas suspensas durante a pandemia em todo o país. Alguns, rapidamente tiveram a sala de aula substituída por ambientes virtuais, outros, receberam orientações desencontradas e levaram um tempo ainda maior para se ajustar à nova rotina. Há ainda aqueles que não foram orientados pelas escolas e temiam não conseguir fazerem exercícios on-line por conta da baixa qualidade da internet em casa.

Por isso, o HOJE conversou com mães que relataram como foi lidar com o fechamento das escolas e com as medidas de isolamento social para evitar a propagação do novo coronavírus durante a pandemia.

Foto: Arquivo pessoal

Apenas uma semana foi o tempo necessário para que a escola particular no Jardim Cumbica, onde estuda Lorenzo Ancelmo, 10 anos, passasse a oferecer aulas remotas aos estudantes. “Os estudos durante a pandemia foram bem desafiadores, tanto para mim, como mãe, quanto para a escola e para o Lorenzo como aluno também. Nós nunca tínhamos passado por esse tipo de estudo on-line e de repente tudo parou, tivemos que nos virar aos avessos para dar conta dos estudos e não deixar os filhos sem as aulas”, afirma a empresária, Amanda Aparecida Ancelmo.

Amanda também trabalhou em casa, em um computador ao lado do filho e assim, conseguiu acompanhar mais de perto o aprendizado dele. “O Lorenzo teve um auxílio meu, como mãe, e teve também do pai pois nós cobrávamos bastante dele. Tivemos a sorte de acompanhá-lo a todo momento nas aulas e nas atividades dentro de casa. Nós vivemos dias bem radicais, tanto quando começou a pandemia e as aulas on-line tanto quando voltamos para a escola com as aulas presenciais. Percebi que os alunos sentiram muito nessa mudança”, ressaltou a empresária.

Foto: Arquivo pessoal

Já para a vendedora Ana Paula Godoy, as aulas durante a pandemia foram bem difíceis, começando pelo colégio em que seu filho Bernardo Godoy, de 12 anos, que não estava preparado para esse mundo digital. “A instituição não tinha uma plataforma on-line, então demorou um certo tempo até conseguirem instalar tudo e começar as aulas. Para ele foi uma novidade, acredito que jamais imaginou viver tudo isso de uma hora para outra. No começo ele era muito disperso e não levava as aulas muito a sério. Com os meses, fomos nos acostumando. Eu trabalhando em home office e o meu menino com o estudo on-line, inclusive com as provas”, disse ela.

Ana explicou que o primeiro passo para começar a lidar com a mudança do seu dia a dia e do seu filho foi organizar as tarefas em casa com as atividades do colégio no mesmo horário de antes, assim como, se possível, de forma virtual, seu trabalho de vendas.

“Eu como mãe precisei me virar de um jeito que eu nem sabia que era possível, pois o meu trabalho também passou a ser feito de maneira remota. Então era o trabalho, a aula on-line e ainda tinha que fazer o papel de mãe e ficava acompanhando meu filho o tempo todo. Um fato importante e que eu não me esqueço é da sinceridade dele durante as provas on-line, ele era muito certinho e fazia sem consultar os livros ou cadernos, como se estivesse fazendo ali na frente de seus professores. Foram dias, meses e anos difíceis, mas que nós conseguimos vencer juntos. A pandemia atrasou muita coisa, mas não cancelou os nossos sonhos”, destacou a vendedora.

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