Com amplo quadro de trabalho, a fotografia possuiu uma série de ramos para seguir, com profissionais voltados a diversas áreas, sendo algumas delas a social, infantil, de produto, moda, publicitária, gastronômica, fotojornalista, dentre outras. Hoje, além das áreas digitais, profissionais resgataram as estéticas antigas, denominadas como vintage, e alavancaram, mais uma vez, a fotografia analógica, através de filmes e revelações, técnicas que vêm crescendo entre o mercado novamente, apesar do avanço e modernização das tecnologias.
Assim como qualquer arte, a fotografia se dá através da forma individual de enxergar o mundo. Em grande parte dos casos, a profissão de fotógrafo surge através do contato do profissional com outros meios artísticos, como é o caso de Bruna Moraes do Santos, de 40 anos, e Rogério Mendes Andrade Affonso, de 31, ambos profissionais do ramo em Guarulhos. Em comum, Affonso e Bruna iniciaram na profissão através do design.

Fundadora da Sopro Fotografia, Bruna começou na profissão através do design gráfico, apesar de ter sempre o ramo como paixão. “Sempre fui amante das artes e apaixonada por fotografia, mas durante muito tempo fiquei aprisionada pela crença de que a profissão não era para mim, que nunca teria condições para comprar um equipamento profissional, por isso, segui no design gráfico, que é uma área que eu também amo. Em 2017 comecei a pesquisar mais sobre fotografia e foi assim que passei a acreditar que era possível começar, um horizonte se abriu e mergulhei no sonho de retratar a alma das pessoas. Hoje, minha missão principal é resgatar, através da minha lente, verdadeiros valores”, conta.
Já Affonso, iniciou na profissão afim de aprimorar seus trabalhos no design. “Eu comecei fazendo fotografia de arquitetura para algumas imobiliárias. No início, o trabalho começou devido aos descontentamentos com a qualidade das imagens enviadas pelos clientes para as artes, decidi comprar uma câmera e começar a fotografar, assim fui convidado para cobrir um evento e a partir daí outras oportunidades surgiram, quando me dei conta, eu não trabalhava mais como designer”, diz. Affonso atua no mercado há 10 anos.
Para ambos, o prazer em criar laços e memórias afetivas através das imagens é o que os mantêm na profissão. “Poder viver os melhores momentos da vida das pessoas é o que me motiva a continuar. Eu trabalho com aniversários, casamentos, datas especiais das pessoas, são momentos em que todos estão felizes, é muito bom. Isso me faz manter o foco na fotografia e não procurar espaço em outros ramos. A recompensa é muito maior, não a financeira, mas a pessoal”, explica Affonso.
“Eu costumo dizer que a fotografia me escolheu. Eu nasci para criar memórias e a profissão me permite realizar este propósito”, conta Bruna, que largou o design gráfico há um mês para se dedicar inteiramente a profissão. “Eu senti que era a hora da transição. Se não fosse agora eu não tentaria nunca mais e, com certeza, me arrependeria disso, porque realmente não seria plena sem meu propósito”, conclui.

Outra fotógrafa de destaque em Guarulhos é Cristiane Lopes da Silva, de 37 anos, que iniciou na área através do gosto pela macrofotografia. “É incrível participar de momentos únicos da vida das pessoas. Estar presente naqueles dias que não voltam me motiva a nunca deixar o ramo. Meu trabalho me possibilita ver o quão felizes as pessoas estão e eternizar esse sentimento. A melhor parte da fotografia é presenciar esses momentos, principalmente quando registro um parto. Isso me fascina”, conta.
Profissão
Com a profissão em alta, eles acreditam que é possível viver do sonho de se tornar um fotógrafo. Para Bruna com uma boa administração o retorno financeiro é alcançável, principalmente com o aumento da procura devido aos avanços das redes sociais. “A internet ajudou a aumentar a procura por profissionais e imagens com boa qualidade, principalmente com a pandemia, quando as empresas foram obrigadas a migrar para o digital. A fotografia é um ramo em que os profissionais se ajudam para crescerem juntos, isso é o que mais me encanta”, diz.
Para Cristiane, fotografar profissionalmente é uma arte, mas a chegada das câmeras digitais aos celulares fez com que a demanda dos profissionais da área diminuísse. “Fotografar é uma arte, nós registramos coisas e cenas inimagináveis, que na maioria das vezes passam despercebidas, mas profissionalmente, com a chegada das câmeras digitas nos celulares, a procura diminuiu. Hoje os celulares fazem boas fotos e todos têm acesso”, explica.

Já para Affonso, por se tratar de arte, apesar de demandar técnicas, o ramo é uma forma de expressar sentimentos através de desenhos feitos com a luz. “A fotografia exige técnicas, mas precisamos lembrar que é também arte e para arte não existe regras. Às vezes as pessoas se prendem muito ao pensamento de que precisam ter um equipamento muito bom, quando na verdade, no começo, ela era apenas uma pintura através da luz, então não podemos desvalorizar quem fotografa com celular. Isso não torna um fotógrafo profissional, mas para tudo existem níveis e as pessoas podem ser fotógrafos iniciantes, entusiastas e amadores”, diz. Ele acredita que o compromisso e a dedicação é o que realmente faz o profissionalismo.
















