A decisão do presidente Lula, assinada no último dia 10 de agosto, de restringir os voos do Rio de Janeiro apenas para o Aeroporto de Congonhas, excluindo as viagens para o terminal de Guarulhos acarretará na perda de cinco mil empregos para a cidade.
Indignado com à medida que prejudica diretamente o município, o prefeito Guti delegou ao secretário de Governo, Edmilson Americano, a missão de buscar alternativas para reverter a decisão.
“A cidade de Guarulhos perde e muito com essa medida. A partir do momento em que o presidente da República, numa canetada, proíbe os voos do Santos Dumont para o Aeroporto de Guarulhos são menos 40 voos diários no aeroporto, sendo 20 pousos e 20 decolagens. Pela projeção do mercado são menos cinco mil empregos na nossa cidade. O Lula não pode numa canetada tirar cinco mil empregos de Guarulhos”, disse Americano.
Para ele, o presidente está deixando de olhar para o município. “Não dá para concordar que o presidente defenda uma cidade e prejudique a outra. É inaceitável e nem inteligente. Esse tipo de regulamentação tem que ser feita pelo mercado da aviação que é quem entende do assunto e não por uma canetada do presidente. Isso não pode acontecer e a cidade de Guarulhos não pode ser penalizada”, destacou.
Segundo o prefeito Guti, além dos empregos, o aeroporto também perderá. “O aeroporto irá perder de três a cinco milhões de passageiros por ano, o que significa entre R$ 300 e 500 milhões de receita a menos por ano. O município deixa de arrecadar em torno de R$ 10 milhões em tributos por ano”, explicou Guti.
No entanto, os dados são ainda mais alarmantes. Até o final da concessão do aeroporto, em 2032, a perda será de 40 a 45 milhões de passageiros e 200 mil toneladas de carga. Isso gerará um desequilíbrio de R$ 2 bilhões para os quais a GRU Airport vai pedir reequilíbrio do contrato.
“A decisão faz com que Guarulhos torna-se menos atrativo com a perda de passageiros domésticos e internacionais e ainda de carga aérea. Isso é ainda mais grave para as empresas domésticas que ficam menos atrativas”, explicou o prefeito.
Segundo Guti, devido à queda de demanda, o aeroporto vai deixar de investir mais de R$ 500 milhões, impossibilitando a criação de quatro a cinco mil empregos diretos. “Não há qualquer motivo técnico ou operacional para a restrição de voos para Guarulhos que serve uma importante região urbana da Grande SP – Guarulhos, Zona Leste e Norte de São Paulo, e municípios limítrofes. Além disso, e como consequência final, a concessionária terá dificuldades para realizar o pagamento da outorga ao longo dos anos da concessão”, disse.
Em nota enviada ao HOJE, a GRU Airport afirmou que está analisando o conteúdo da resolução publicada pelo Governo Federal. Além disso, a empresa confirmou que o aeroporto possui 40 voos diretos que serão impactados, além dos impactos indiretos de passageiros em conexão.