Horta Sensorial do Espaço Kaimbé abre as portas para crianças neurodivergentes e pessoas com TEA

Divulgação/PMG


Neste sábado (4), às 14h, o Espaço Kaimbé, situado na Aldeia Filhos Desta Terra (rua Onze, 36, no Jardim dos Cardoso, região do Cabuçu) recebe crianças neurodivergentes e pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) para participarem do projeto “Horta Sensorial – Nutrindo Vidas, Colhendo Afetos”.

Trata-se de uma iniciativa que visa à promoção da inclusão, do respeito à diversidade, à sustentabilidade, aos saberes tradicionais e à saúde comunitária, além do fortalecimento da identidade cultural e da cidadania ativa. Para participar basta comparecer com uma roupa de camping ou trilha, tênis e levar repelente, protetor solar e garrafinha de água.

A “Horta Sensorial – Nutrindo Vidas, Colhendo Afetos” foi idealizada para promover experiências significativas a partir dos cinco sentidos (tato, olfato, paladar, audição e visão), estimulando a aprendizagem de forma prática e afetiva. O cultivo de ervas medicinais, flores e frutos em canteiros suspensos possibilita não apenas o contato com a terra e a natureza, mas também a criação de memórias afetivas, o fortalecimento de vínculos e a trocas de saberes.

O projeto oferece um espaço de acolhimento, inclusão e estímulo sensorial, que contribui para o desenvolvimento de competências, habilidades e autonomia. Através do uso de ferramentas de jardinagem, como adubos, sementes, mudas, pneus reutilizados, mangueiras, regadores e uma composteira, a Horta Sensorial foi planejada para receber até 45 pessoas, garantindo atividades coletivas, de caráter acolhedor e educativo.

Saberes ancestrais e ciência em diálogo

O projeto nasce do Movimento Kaimbé do Estado de São Paulo, em parceria com o Movimento de Mulheres Indígenas de Guarulhos, liderado por Day Puri, mulher indígena do povo Puri, e pelo Cacique Alex Werá Kaimbé. Ambos já desenvolvem, dentro do Espaço Kaimbé, uma série de ações voltadas à educação, à geração de renda, à valorização cultural e ao fortalecimento das comunidades indígenas e não-indígenas. Conta também com a participação da engenheira ambiental Janaina de Castro.

Promovida pelos indígenas do Espaço Kaimbé, localizado na Aldeia Indígena Filhos desta Terra, a Horta Sensorial conta com apoio da Subsecretaria de Acessibilidade e Inclusão, da Subsecretaria da Igualdade Racial e da Subsecretaria de Políticas para as Mulheres da Prefeitura de Guarulhos, além de parceiros como a UNEAfro, o Instituto Peregum e o Rotary Club de Diadema. Essa rede de apoios garante legitimidade e amplia o alcance da iniciativa, que dialoga com políticas públicas de inclusão social, sustentabilidade e igualdade racial.

Mais do que uma horta, trata-se de um laboratório vivo: fonte de pesquisa, observação, práticas integrativas em saúde e valorização da agroecologia. A experiência estimula a conexão com a natureza e fortalece a concepção indígena de bem viver, onde corpo, mente, espírito e comunidade se entrelaçam em equilíbrio.

A proposta de nutrir vidas, com saberes e práticas sustentáveis, para colher afetos têm vistas à promoção de um futuro mais inclusivo e solidário – para indígenas e não-indígenas, crianças, jovens, adultos, idosos e para todos que acreditam que educação, cuidado e natureza caminham juntos.

Essa proposta se soma a outras iniciativas do Espaço Kaimbé, como o Cursinho Popular (que oferece aulas gratuitas aos sábados, com alimentação inclusa), saraus, rodas culturais, a cozinha comunitária, o programa Jovens Defensores Indígenas do Ministério da Justiça, rodas de conversa terapêuticas para mulheres e as atividades de agroecologia e trocas de saberes com a comunidade.

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