Diogo Moreira escreveu seu nome na história do esporte brasileiro, e levou junto o nome de Guarulhos. Aos 21 anos, o jovem piloto nascido na cidade se tornou o primeiro brasileiro a conquistar um título no Mundial de Motovelocidade. A confirmação da façanha veio neste domingo (16), após Moreira cruzar a linha de chegada na 11ª posição do GP da Comunidade Valenciana.
A temporada do guarulhense foi uma verdadeira virada. Depois de um início dominado pelo espanhol Manuel González, Moreira cresceu etapa após etapa, recuperou a diferença construída pelo rival e assumiu o protagonismo na Moto2. Em apenas nove corridas, o #10 conseguiu tirar toda a vantagem aberta por González nas 12 provas anteriores.
Guiando pela Italtrans, equipe que voltou ao auge sob o comando de Roberto Brivio e com consultoria de Livio Suppo, o talento de Moreira rapidamente chamou a atenção do paddock. O desempenho despertou interesse de praticamente todas as fábricas da MotoGP. No fim, Honda e Yamaha travaram uma disputa pelo piloto, e a Honda levou a melhor. Na ascensão à elite, Moreira terá de abandonar o tradicional #10, mas leva consigo o maior título de sua carreira.
A trajetória até o topo, porém, é marcada por sacrifícios e preparação. Nascido em Guarulhos, Moreira deixou o Brasil ainda criança para seguir rumo à Espanha, onde o esporte possui uma estrutura mais robusta. Ali, encontrou a formação adequada tanto dentro quanto fora das pistas: estudou em boas escolas e se desenvolveu em centros de excelência pilotando ao lado de jovens que também miravam a MotoGP.
Aos 12 anos, embarcou para a Europa acompanhado apenas do pai, Luiz, deixando a mãe, Sandra, o irmão, Rafael, e toda a família em Guarulhos. Na nova rotina em Barcelona, precisou aprender Espanhol e Catalão ao mesmo tempo — algo perceptível até hoje em seu sotaque característico.
Descoberto em uma pista de motocross em um projeto da Estrella Galicia 0,0, com apoio do ex-piloto Alex Barros, Diogo fez o que nenhum brasileiro havia conseguido: tornou-se campeão mundial na Motovelocidade.
O feito não muda imediatamente o cenário do motociclismo nacional, mas reforça que talento aliado a investimento e oportunidade transforma futuros. E o futuro de Moreira já está definido: ele estreia na MotoGP em 2026, pilotando uma Honda RC213V pela LCR, com contrato de três anos.
A celebração promete ganhar ainda mais força em casa. No próximo mês de março, a MotoGP volta ao Brasil, em Goiânia, onde o guarulhense terá a chance de correr e comemorar com a torcida brasileira.
