Aumento de cadeiras do Legislativo incorrerá em crime previsto em lei

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O aumento no número de vereadores para a pró­xima legislatura na Câmara Municipal fará com que a Casa de Leis incorra na Lei de Responsabilidade Fis­cal (LRF). Isso porque uma emenda a Lei Orgânica aprovada pelo Legislativo em 2014 aumentou dos atuais 34 parlamentares para 37 a partir do próxi­mo ano.

Assim o valor da folha de pagamento subirá de R$ 70 milhões que é gasto atualmente para R$ 79 milhões correspondendo a 72,4% do orçamento da Câmara, quando o permitido pela legislação é de 70%. “Muito prova­velmente se aumentar três cadeiras não haverá condições de suportar os gastos. Se isso acontecer vai ter que demissões em massa porque o próximo presidente incorre em im­probidade administrativa”, afirmou o secretário de Finanças da Casa de Leis, Eldon Luiz Fiorin.

No entanto, esse aumen­to difere do que é auto­rizado pela Constituição Federal. De acordo com a legislação, municípios com população entre 1.200.000 e 1.350.000, onde Guaru­lhos está inserido, devem ter no máximo 35 parla­mentares. A alteração na cidade foi promovida se baseando numa estimativa populacional que elevaria o número de habitantes para 1.357.000 já neste ano. Contudo, de acordo com publicação mais re­cente do Instituto Brasilei­ro de Geografia e Estatísti­ca (IBGE), a cidade possui 1.324.781 habitantes.

Assim, se o aumento for de apenas um parlamentar subirá R$ 76 milhões para R$ 76,7 milhões, corres­pondendo a 70,3%. Segun­do Fiorin cada parlamentar em 2017 terá um custo de R$ 1,5 milhão. Caso a Câmara não revogue a lei adequando a quantidade de cadeiras ao número de habitantes, a situação pode ser alvo de uma Ação Direta de In­constitucionalidade (Adin) do Ministério Público Estadual (MPE).

Reportagem: Rosana Ibanez
Foto: Ivanildo Porto

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