Familiares vivem drama após a morte de jovem no Hospital Pimentas-Bonsucesso

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Todos os dias a dona de casa Maria Aparecida Ribeiro do Nascimento, 48, olha a tela do celular procurando uma mensagem ou ligação do filho Rafael Ribeiro do Nascimento, 28; mas isso não vai acontecer. Rafael morreu na mesa de cirurgia do Hospital Pimentas-Bonsucesso, na sexta-feira (31), após permanecer 17 dias internado para fazer uma cirurgia no joelho, rompido durante uma partida de futebol com amigos, na Vila Any, bairro onde ele morava. No centro cirúrgico consta que ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e tromobembolia pulmonar.

O acompanhamento da família no hospital seguiram todos os 17 dias de internação. Rafael foi internado no hospital no dia 13 de março. “No dia que ele foi internado, o prefeito Guti visitou as instalações do hospital. Como nós vimos toda essa mobilização, parecia que as coisas iriam mudar”, revelou a noiva de Rafael, Gianne Ribeiro Costa.

A situação não melhorou, pelo contrário, piorou muito, e Rafael entre mensagens que trocava com a família, enviava notícias sobre quando seria a cirurgia. A primeira oportunidade surgiu no dia 26 de março, mas faltavam dois pinos para serem colocados no joelho rompido e o jovem não operou.

Já a segunda oportunidade veio no dia 28, quando ele foi encaminhado para o centro cirúrgico às 7h30, porém, mais uma vez ocorreu um erro: dessa vez não esterilizaram o material corretamente, e uma mulher precisou ser operada com urgência, e com isso, o jovem ficou no centro cirúrgico sozinho até 20h, quando novamente foi encaminhado para o quarto, segundo contou a família.

Na sexta-feira (31), veio à terceira oportunidade para a realização da cirurgia. Uma mensagem pela manhã, às 7h30 chegava ao celular de Maria, revelando que iria ser submetido ao procedimento cirúrgico. Durante a operação de rompimento do joelho Rafael – que era porteiro – sofreu duas paradas cardíacas, e após 30 minutos com os médicos tentando reanimá-lo, ele não resistiu e morreu.

“O médico responsável pela cirurgia me disse que houve um erro do hospital e que poderíamos procurar nossos direitos”, disse o sogro da vítima, Floriano Geraldo. Para o irmão, o promotor de eventos André Ribeiro Nascimento, 25, foi um choque ver Rafael todo roxo em cima de uma maca. A família, agora, pretende entrar com uma ação na Justiça contra o hospital e a Prefeitura de Guarulhos.

Hospital diz que paciente teve “morte súbita” e “inesperada”

Em resposta ao HOJE e por meio de nota, a superintendência do Hospital Municipal Pimentas-Bonsucesso, que é gerido pela SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), afirma que “o paciente Rafael foi submetido à cirurgia e todas as medidas de cuidados pré-operatórios foram adotadas, inclusive a profilaxia para tromboembolismo pulmonar. Ocorre que o paciente apresentou uma morte súbita e inesperada durante o procedimento cirúrgico”.

As causas da morte serão investigadas pelo Instituto Médico Legal (IML), para onde o corpo foi encaminhado e submetido ao exame de necropsia. Porém, ao contrário do afirmado, logo após o óbito, o médico responsável conversou com o sogro do paciente e convocou a família, que só chegou ao hospital por volta das 20h, quando foi atendida pela equipe de plantão.
“O hospital se solidariza com os familiares e se coloca à disposição para todos os esclarecimentos que se fizerem necessários”, diz a nota encaminhada a reportagem.

Reportagem: Ulisses Carvalho
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Foto: Ivanildo Porto

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