Morte de macaco com febre amarela fecha parque Ecológico do Tietê

SÃO PAULO, SP - 02.11.2017: PARQUE-SP - Movimentação de pessoas no Parque Ecológico do Tietê, na zona leste da capital paulista, durante o feriado do Dia de finados, nesta quinta-feira (2). (Foto: Antonio Cicero/Photo Press/Folhapress)

Mais um parque na capital paulista será fechado devido à morte de um macaco infectado com febre amarela. Agora, será o Parque Ecológico do Tietê (zona leste) que será interditado preventivamente, já a partir deste sábado (11), após um símio infectado ter morrido na região. É o primeiro parque fora da zona norte a ser fechado devido à febre amarela.
O parque, que já está sendo esvaziado nesta sexta (10), margeia as rodovias que dão acesso ao município de Guarulhos, onde fica o aeroporto internacional de Cumbica. O governo do Estado projeta a reabertura dos parques estaduais que foram fechados para janeiro de 2018.

O anúncio foi feito pelo secretário estadual da Saúde, David Uip, na manhã desta sexta (10). Desde a confirmação da morte de um macaco por febre amarela no Horto Florestal (zona norte da capital) em 20 de outubro, uma série de medidas foram tomadas para prevenir que a doença se espalhe.
Primeiro a Secretaria de Estado da Saúde fechou o Horto e, junto com a prefeitura, deu início a uma operação de vacinação na região. A ocorrência da doença em São Paulo foi considerada pelo Ministério da Saúde como um novo ciclo da doença, diferente do ano passado. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Maurício Nogueira, a chegada do vírus a São Paulo era prevista. A pasta anunciou o envio de 1,5 milhão de vacinas para São Paulo.

Além do Horto, foram fechados preventivamente outros parques da zona norte paulistana, como o da Cantareira e o Anhanguera, e mais nove parques. Há ainda a recomendação para que não se frequente os parques lineares Canivete, Sena e Córrego do Bispo.
Moradores de bairro encravado no Horto relataram à reportagem terem notado a redução no número de macacos na área, o que pode indicar que a doença tem atingido os bichos mais do que se tem registro. Outros dois macacos mortos na zona norte tiveram a doença confirmada. “Não temos nenhum caso de febre amarela [em humanos] confirmado em São Paulo”, disse Uip.

O secretário ainda anunciou a vacinação na região do Parque Ecológico do Tietê, mas pediu cautela com a corrida às vacinas devido aos efeitos adversos -adultos já vacinados não precisam receber outra dose. Segundo Uip, há quatro casos de internação de pessoas vacinadas na zona norte por causa de efeitos adversos.

É esperada a chegada de 2,8 milhões de doses da vacina nos próximos dias para a abastecer a capital, dez cidades na região do Alto Tietê e sete na região de Osasco -de acordo com o Estado, os municípios à oeste de São Paulo tem zonas de mata que fazem parte de um corredor ecológico pelo qual a doença pode se proliferar.
SURTO
O governo federal deu como encerrado o surto de febre amarela deste ano no país no início de setembro. O último caso tinha sido registrado em junho no Espírito Santo.

Os macacos não transmitem o vírus aos humanos -a transmissão ocorre se símios ou humanos infectados forem picados por um mosquito e o mesmo mosquito picar um humano. A chamada febre amarela urbana, porém, não ocorre no Brasil desde 1942.

Em 2017 houve 22 casos e 10 mortes por febre amarela silvestre no Estado de São Paulo. O surto que atingiu o Brasil neste ano foi o maior com número de casos em humanos desde 1980. Entre dezembro e junho, foram confirmados 777 casos e 261 mortes por febre amarela no país.
O surto também deixou um recorde de macacos doentes e mortos. Os principais Estados atingidos foram Minas Gerais e Espírito Santo. O número de casos fez com que o governo federal anunciasse a ampliação na vacinação contra a doença.

PREVENÇÃO
VACINAÇÃO
– Crianças: a partir dos 9 meses (6 meses em áreas de risco)
– Adultos não vacinados: uma dose
PARA EVITAR PICADAS
– Repelente (evitar os que também têm protetor solar)
– Aplicar o protetor antes do repelente
– Não usar repelentes em crianças com menos de 2 meses
– Evitar perfume em áreas de mata
– Roupas compridas e claras (ou com permetrina)
– Mosqueteiros e telas
CONTROLE DO MOSQUITO
– Evitar água parada e tomar os mesmos cuidados da dengue, porque há risco de a doença ser contraída pelo Aedes aegypti (o que não acontece no Brasil desde 1942)
DISTÂNCIA DE ÁREAS DE RISCO
– Evitar áreas de mata com registros da doença; caso vá viajar a esses locais, tome a vacina ao menos dez dias antes
TRATAMENTO
– É apenas sintomático, com antitérmicos e analgésicos (anti-inflamatórios e salicilatos como AAS não devem ser usados)
– Hospitalização quando necessário, com reposição de líquidos e perdas sanguíneas
– Uso de tela, por exemplo, para evitar o contato do doente com mosquitos
Febre

(Folhapress)

(Foto: Antonio Cicero/Photo Press/Folhapress)

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