Polícia Civil prende dez integrantes de quadrilha que realizava furto de combustível em Guarulhos

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Reportagem: Ulisses Carvalho

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Na manhã desta segunda-feira (01), 130 policiais civis realizaram a Operação Trupanon, comandada pelo Núcleo de Roubo de Cargas, da Delegacia Seccional de Guarulhos, localizada na região central, e com o apoio de 50 viaturas. Foram cumpridos 45 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão, porém, dez suspeitos foram presos e ainda restam quatro pessoas foragidas, que não tiveram os nomes divulgados pela polícia.

O nome da operação de acordo com delegado titular do Núcleo de Roubo de Carga, Milton Burgese de Oliveira, é em alusão a um procedimento cirúrgico para tirar a pressão do cérebro do indivíduo. Os mandados foram cumpridos  em Guarulhos, Arujá, Santa Isabel, Mogi das Cruzes, Santo André, Guararema e São Paulo.

Em Guarulhos, houve a prisão do suspeito de nome Marcos Miranda, apontado como líder da quadrilha, de acordo com o delegado, em coletiva realizada às 16h na Delegacia Seccional, o indivíduo foi preso no bairro do Jardim Presidente Dutra, e a detenção de outro suspeito na cidade ocorreu no bairro do Inocoop.

Durante a operação, os policiais apreenderam computadores, veículos, dinheiro que ainda não foi contabilizado, pen drives, celulares, tablets e documentos relacionados aos postos. Em Guarulhos, de acordo com Oliveira, a apreensão ocorreu no Auto Posto Avenida Guarulhos, localizado na avenida José Rangel Filho, n° 525, no bairro do Jardim Ponte Alta.

De acordo com o delegado, a suspeita é de que Miranda seria dono deste posto no Ponte Alta, que estaria no nome de parentes. “Agora nós comunicamos a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e o Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem), já que a Polícia Civil não tem o poder de lacrar o posto, mas o acionamos para eles efetuarem as medidas administrativas cabíveis quanto as atividades ou lacração deste posto”, afirmou Oliveira.

Quadrilha atuava desde 2016, diz delegado

A quadrilha estaria atuando desde 2016 furtando combustíveis dos dutos da Petrobras. “Cada perfuração, a empresa tinha um prejuízo de R$ 300 a 400 mil, entre reparos e combustíveis subtraídos. Identificamos ao total de dez perfurações aproximadamente, e acredito que vamos conseguir identificar mais casos de furto de combustível na próxima fase da investigação”, revelou o delegado.

A investigação foi iniciada no primeiro semestre do ano passado, e a organização criminosa estaria atuando em Guarulhos, Arujá, Santa Isabel e Guararema. “Um grande marco na parte desta investigação foi quando em agosto do ano passado, efetuamos a prisão em flagrante de sete indivíduos, que efetuaram furto na empresa Petrobrás e estavam colocando o combustível no posto de gasolina do Jardim Ponte Alta”, destacou Oliveira.

Para a realização da perfuração nos dutos dos combustíveis, os criminosos utilizavam uma máquina trepanadora para realizar a abertura e logo em seguida, utilizavam a solda. Além de Miranda, outros dois irmãos do suspeito também foram presos.

Polícia não descarta participação de quadrilha em furto de combustível no Aeroporto de Guarulhos

Durante a coletiva, o delegado não descartou a participação da quadrilha no caso em fevereiro do ano passado de furto de combustível em um oleoduto que abastece o Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos. “Nós temos indicativos que sim, porém, não temos provas ainda, mas vamos agora aprofundar as investigações e a gente vai conseguir demonstrar de uma vez por todas se tiveram participação no furto que causou a paralisação no aeroporto”.

As perfurações eram realizadas em locais de difícil acesso, geralmente em áreas de mata e o furto ocorria sempre no período noturno. Entre os combustíveis extraídos estavam nafta, diesel, álcool e querosene de aviação. “Eles não se contentavam em furtar e revender o combustível, que ainda era adulterado. Os indivíduos adicionavam solventes nesses combustíveis, ou até mesmo nafta e distribuíam em postos de gasolina em regiões da grande São Paulo”, revelou o delegado.

Todos os dez indivíduos foram presos temporariamente, e devem responder pelo crime de organização criminosa. “O inquérito de hoje é de organização criminosa, mas cada perfuração que eles cometeram, será instaurado um inquérito autônomo, onde serão responsabilizados também por lavagem de dinheiro”, destacou o delegado, afirmando que a quadrilha chegava a retirar até oito mil litros em cada perfuração.

Um dos suspeitos de atuar na perfuração dos dutos também foi preso, o mecânico José Matias. Entre os presos, cinco seriam donos de postos de combustível e dois seriam funcionários terceirizados da empresa Transpetro, subsidiária da Petrobras.

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