O
Estado de São Paulo atingiu seu maior número de internações desde o início da
pandemia de coronavírus no ano passado. Houve um incremento de 5,6% em relação
a semana anterior e o governo avisou que está alerta para o problema.
“Nossa atenção está ainda maior. Esse incremento de 5,6% no número de
internações mostra o quanto existe a circulação intensa do vírus. Em julho de
2020 tivemos o pico de 6.250 pessoas internadas, agora atingimos nesta segunda,
o número de 6.410 pacientes internados em UTI. Ultrapassamos o maior número da
história da pandemia e temos que ter uma atenção especial a algumas regiões do
Estado”, comentou Jean Gorinchteyn, secretário da Saúde.
Algumas cidades do interior do Estado, por causa do aumento da pandemia e do
colapso no sistema de saúde, decretaram “lockdown” para tentar
reduzir a transmissão do vírus entre as pessoas. Araraquara é um desses
municípios que fechou tudo para tentar conter a contaminação. Ao mesmo tempo, o
governo vem ampliando a oferta de leitos, mas a situação parece que pode ser
replicada para outras cidades.
Segundo João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da
Covid-19, é preocupante a situação no interior do Estado. “O Centro de
Contingência apresentou recomendações extraordinárias e o governo está fazendo
análise disso. Essas medidas adicionais ao Plano São Paulo serão anunciadas na
quarta-feira, para entrarem em vigor na sexta-feira. Entre elas está a redução
da mobilidade, que é o que podemos fazer nesse momento para reduzir a
transmissibilidade”, disse.
Para Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, todas as
medidas serão importantes para tentar conter o avanço da doença nas cidades
paulistas. “Alguns municípios têm intensificado medidas de restrição além
do que o Plano São Paulo coloca. Isso deve auxiliar na redução da
transmissão”, acredita
Atualmente, a taxa de ocupação de leitos no Estado de São Paulo está em 67,9%.
Nesta segunda-feira, 22, foram registrados 1.978 477 casos, sendo 2.550 nas
últimas 24 horas, e o Estado atingiu a marca de 57.842 mortes, sendo 43 óbitos
registrados nas últimas 24 horas.
Outro ponto importante para a redução da transmissão é a vacinação. Na próxima
sexta-feira, o governo vai anunciar quais serão as novas faixas etárias de
imunização. Nesta segunda-feira, o Estado atingiu a marca de 2.033.582 pessoas
vacinadas, segundo Regiane de Paula, coordenadora de controle de doenças da
Secretaria de Estado da Saúde.
Doria anunciou também que a partir desta terça-feira, 23, o Instituto Butantan
começará a enviar a remessa de 3,4 milhões de doses da Coronavac, vacina contra
o novo coronavírus, ao Ministério da Saúde. De acordo com o governador, serão
entregues em média 426 mil doses diárias do imunizante para a pasta.
Doria anunciou que estará nesta terça, às 9h da manhã, no Instituto Butantan –
que completa 120 anos na data – acompanhando a entrega de doses da vacina para
a pasta. O governador também declarou que em reunião com o diretor do Instituto
Butantan, Dimas Covas, na manhã desta segunda-feira, 22, solicitou empenho para
“se possível”, aumentar o número de doses disponíveis para o
Ministério da Saúde, aumentando o tempo de trabalho e o número de profissionais
no Instituto Butantan.
Novas medidas
O governador anunciou a criação do programa Bolsa Trabalho, com remuneração de
até R$ 450 por mês. Serão 100 mil vagas abertas. “As pessoas terão acesso
a uma bolsa, qualificação profissional e trabalho. Os auxílios são por cinco
meses e vão transformar a vida dessas famílias”, disse Patricia Ellen,
secretária de desenvolvimento econômico.