Golpe do emprego falso: em 5 meses, 608 mil mensagens foram enviadas

Foto: Reprodução
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Imagine estar na situação de desemprego, preocupado com as contas, na busca de uma recolocação e, para piorar a situação, ainda ser vítima de criminosos que oferecem vagas de emprego que não existem para roubar dados, contaminar o computador com vírus e roubar dinheiro. Infelizmente isso está ocorrendo com milhões de brasileiros vítimas do golpe do emprego.

“Com a pandemia e a crise econômica se observou um grande aumento no número de desempregados, hoje já são quase 15 milhões de pessoas em busca de um emprego, que sonham em voltar a ter um emprego com carteira assinada. Esse cenário se tornou perfeito para golpistas que se aproveitam do desespero e necessidade das pessoas”, explica Afonso Morais, CEO da Morais Advogados Associados e especialista recuperação de crédito e fraudes digitais.

Afonso Morais conta que normalmente a fraude começa com um anúncio, que pode ser em um conhecido site, chegar por e-mail, mensagem da WhatsApp ou outro tipo de mensagem. Essa oferta uma ótima oportunidade profissional, solicitando um clique ou envio de currículo.

“As propostas sempre parecem reais e irrecusáveis em termo de salário e benefícios. A vítima começa fazer a seleção e, antes de assumir a vaga, é informada pela recrutadora, por meio de mensagens de texto, que precisa efetuar uma transferência pelo PIX no valor de R$ 800, por exemplo, como garantia da vaga”, detalha o advogado.

Feito o pagamento e enviado o comprovante de pagamento, a vítima passou a ser ignorada pela atendente do recrutamento. Nesse ponto começa a suspeita de golpe.

“Muitas vezes o candidato vai ao endereço da empresa citado no contrato, chegando constata que a fraude, não existe empresa no local. Nesse ponto se tem o desespero de perceber o golpe em uma situação complexa que já vive. Isso ocasiona sérios problemas, que vão dos econômicos aos psicológicos”, avalia Afonso Morais.

Segundo um levantamento realizado pela PSafe, empresa de segurança em tecnologia, identificou, entre setembro e fevereiro de 2022, mais de 608 mil tentativas de golpes de falso emprego.

Esse é apenas um dos casos, existindo também muitos outros caminhos para os golpistas, como links maliciosos, roubo de dados e outras ações que podem ocasionar sérios problemas às vítimas.

Para evitar cair em um golpe desse modelo, que leva o candidato e perder o pouco dinheiro que resta e ficar abalado mentalmente, a principal recomendação é ter sempre cautela, principalmente diante propostas muito boas. Também cuidado com links que clica e endereços que acessam, certifique-se que são seguros.

“Somente responda a anúncios de empresas que estão recrutando diretamente ou caso de uma empresa recrutadora confirme a sua idoneidade, podendo usar o Reclame Aqui ou Serasa. Também pode ser interessante solicitar contrato entre a recrutadora e a empresa que vai contratar”, alerta Afonso Morais.

Outros pontos importantes é ver se a vaga realmente existe e que não se deve pagar valores para obtenção de empregos. Lembrando que quem deve pagar pelo recrutamento normalmente é a empresa que vai contratar o empregado. 

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