Golpe da falsa encomenda já fez quase 4 mil vítimas no Aeroporto de Guarulhos

Mayara Nascimento
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A maneira é sempre a mesma. Uma mensagem no WhatsApp informando que uma encomenda chegou no Aeroporto de Guarulhos. Para recebê-la, a vítima precisa fazer um depósito em uma determinada conta com valores que variam de R$ 3 mil a R$ 5 mil. Com o depósito feito, o contato é encerrado e, ao procurar a encomenda, a vítima descobre que ela nunca existiu.

Segundo a Receita Federal o “golpe do amor” já é conhecido. Nesse tipo de abordagem, são feitas exigências de valores para que as vítimas tenham acesso a bens e dinheiro em espécie supostamente retidos em aeroportos. Somente neste ano, a Alfândega da Receita Federal no Aeroporto de Cumbica recebeu cerca de 3.800 (média de 20 por dia) telefonemas de vítimas de golpistas que utilizaram falsamente o nome do órgão.

A Receita Federal já recebeu relatos de casos em que golpistas fizeram propostas de casamento e anunciaram que mandariam caixas contendo presentes diversos, inclusive anel para o noivado ou dinheiro estrangeiro em espécie.

“Recebei uma mensagem de alguém da alfândega me informando que a encomenda chegou e eu deveria pagar R$ 3 mil, que deveriam ser depositados em uma conta. O pacote já estava no Aeroporto de Guarulhos. No entanto, eu não estava esperando nada”, contou uma guarulhense que preferiu não ser identificada.

No WhatsApp dela a seguinte mensagem já denunciava o golpe. “A Sra pode pagar os R$ 1.500 e completar o restante na entrega. O prazo para entrega é de 24 horas após confirmação do pagamento no sistema. Se você sabe o quanto eu te amo, então você vai parar de brincar com meus sentimentos”.

“O golpista ao perceber que eu não faria o depósito chegou a se declarar para mim!”, disse.

De acordo com a Receita Federal, outras variações do mesmo crime são com golpistas que moram no Brasil e estão com parte da mudança retida na alfândega precisando dos valores para promover a liberação. Há, ainda, o falso caso da doença grave onde são enviadas fotos da pessoa (fictícia) sendo medicada necessitando de valores para o tratamento, justificando que tudo o que tinha já teria sido enviado para o Brasil.

Em muitos casos, os golpistas possuem redes sociais para tentar deixar a história verídica. Nos perfis falsos, eles são estrangeiros em boas condições financeiras e com empregos prestigiados e estáveis. Criam, ainda, falsas empresas de remessas expressas, permitindo até um falso rastreamento da encomenda com contatos inexistentes da Receita Federal.

Orientações

A Receia Federal explica que o pagamento de tributos?nunca?ocorre por meio de depósito/transferência em conta corrente. Caso exista uma encomenda por via postal, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é a responsável pelos procedimentos?de liberação da mercadoria. Se a encomenda for vir por Remessa Expressa (Courier), deve ser por meio de uma das empresas habilitadas pela?Receita Federal – a relação de todas elas consta no site da Receita Federal.

Se você for vítima desse tipo de tentativa de fraude, procure a Delegacia de Polícia Civil Especializada para fazer a denúncia.

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