Presença feminina na indústria e mercado automotivo aumenta, mas ainda é baixo – afirma especialista no setor

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O mês de março é conhecido como o mês da mulher. Logo, é inevitável não falarmos sobre a presença feminina que vem ganhando destaque nos mais variados setores a cada ano que passa, incluindo a indústria e mercado automotivo. De acordo com um estudo realizado pela Data OLX Autos, o crescimento das mulheres neste setor nos últimos anos é de quase 3 pontos percentuais.

Segundo a avaliação, que contou com informações da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) e dados mais recentes do mercado de trabalho formal, em 2011 a força de trabalho feminina no mercado automobilístico era de 16,8%. Contudo, a força de trabalho feminina nas montadoras do país subiu para 19,4% em 2021.

Ainda segundo a pesquisa, foi possível observar outro aumento da participação feminina, mesmo que pequeno, em relação ao setor de comércio de automóveis. Em 2011, o percentual de participação era de 22,6%, enquanto que em 2021 passou para 23,1%.

Segundo a economista do Data OLX Autos, Mariana Wik Atique, embora as mulheres tenham uma presença mais expressiva no comércio de veículos em comparação com a indústria automotiva, ainda há uma discrepância significativa em relação ao setor comercial em geral, onde as mulheres representam 44,1% da força de trabalho. Além disso, 40% das mulheres não chegam a cargos gerenciais de acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O relatório informa que em 2021 foram contratadas pelo setor automotivo cerca de 1 milhão e 400 mil pessoas. Sendo que só a indústria foi responsável pela contratação de 425 mil pessoas, enquanto as outras 950 mil estão distribuídas entre setores como comercialização de veículos, acessórios, peças, reparos e manutenção.

De acordo com a análise do Data OLX Autos, nos últimos 10 anos, o número de empregados na indústria automotiva cresceu e permaneceu em linha com a produção do setor.

Mariana afirma que, apesar da pouca representatividade das mulheres no mercado de trabalho formal da indústria automotiva brasileira, foi observado um aumento na participação feminina durante um período de redução geral de empregos, indicando que as mulheres estavam menos afetadas por essa queda.

Ainda que seja notório o pequeno avanço das mulheres no setor, a pesquisa deixou claro que este ainda é considerado abaixo da média, uma vez que no Brasil, em 2021, elas representavam apenas 30% da força de trabalho do sexo feminino.

Conforme o estudo, o setor industrial com a maior participação de mulheres é o de Confecção de Artigos do Vestuário e Acessório, onde se concentra 72,4% da participação feminina. Já a Metalurgia é considerada o setor com maior desigualdade de gênero, pois o percentual de participação de mulheres é de 11,4%.

E por falar em automóveis, vale lembrar que quando o assunto é seguro de carros, elas pagam menos. Isso mesmo! A razão é simples: as mulheres são mais cuidadosas no volante, o que contribui para menores chances de acidentes.

Dados por estados brasileiros

De acordo com a pesquisa da OLX, entre os diversos estados do Brasil, Sergipe é considerado o estado líder quando se trata da participação das mulheres na área industrial automotiva. Segundo o estudo, o percentual de participação do estado é de 51,2%. Enquanto isso, o Amazonas é o estado com o maior percentual de mulheres trabalhando no comércio de automóveis (28,7%).

A análise realizada na pesquisa mostra que há expressivas diferenças regionais e desigualdades de gênero no setor. Logo, o estado de Sergipe surpreende, uma vez que mais da metade dos trabalhadores da indústria automotiva são mulheres.

Perfil das mulheres da indústria automotiva

De acordo com o levantamento realizado pelo Data OLX Autos em 2021, a faixa etária predominante das mulheres que trabalham na indústria automotiva é de 30 a 49 anos, representando 58% do total de mulheres empregadas nesse setor. Entre os homens, essa mesma faixa etária representa 61%.

No que diz respeito à escolaridade, foi observado que 60,2% das mulheres empregadas nesse segmento possuem ensino médio completo, enquanto essa mesma proporção entre os homens é de 65%.

No campo comercial, a maioria das mulheres atuantes (52%) se concentra na faixa etária de 30 a 49 anos, enquanto que para os homens, essa proporção é de 48%. Em termos de formação educacional, o levantamento indica que 62,8% das mulheres dessa área possuem ensino médio completo, em comparação com 68,1% dos homens.

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