Combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes reúne especialistas e autoridades em evento em São Paulo

Hands of parent and child outdoor closeup. Father holds hands of little girl. Childs and male hands closeup. Child toy in mans pocket. Parent with child and toy in pocket. Concept of parenting
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O I Fórum de Ações Afirmativas de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes Acontece na próxima terça-feira (16/05/23), às 15h30, na Câmara Municipal de São Paulo. O evento é alusivo ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – 18 de maio – e reunirá especialistas do poder judiciário, da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e da sociedade civil. A iniciativa conta com o apoio do Vereador Eliseu Gabriel, Instituto Pró-Vítima, Instituto Dayana Garcia e dos Coletivos “O Direito na Rua” e “Mães na Luta”.

Diariamente, crianças e adolescentes são expostos às mais variadas formas de violências, seja em casa, na rua, junto aos amigos, conhecidos, parentes e nos diversos ambientes por eles frequentados. Porém, segundo dados do Ministério da Saúde, a violência sexual infantil é a principal delas, que mais vitimiza crianças, jovens e adolescentes no país. São Paulo conta com um número expressivo de casos subnotificados, por conta da falta de informação dos responsáveis, e o Estado não tem protocolos claros, para incriminar o abusador(a).

O Panorama da Violência Letal e Sexual contra crianças, jovens  e adolescentes no Brasil, lançado pelo Unicef no final de 2021, revelou que de 2017 a 2020, foram notificados mais de 180 mil casos de violência sexual praticados na faixa etária de 0 e 17 anos – uma média de 45 mil vítimas por ano.

Para os organizadores “é dever da sociedade e sobretudo do poder público, entrarem nessa discussão para que haja políticas públicas para o enfrentamento, a prevenção, punição aos abusadores e o efetivo combate ao abuso e à exploração sexual”. De acordo com eles, é pela porta dos equipamentos municipais, como UBSs (unidade Básica de Saúde), hospitais, pronto socorro, escolas, condomínios que os casos são percebidos e denunciados.

O objetivo principal desse I Fórum de Ações Afirmativas é pleitear, junto aos atores sociais e sobretudo à Secretaria de Segurança Pública, a implementação e a implantação de um protocolo universal de atendimento a crianças e adolescentes em situação de violência sexual em toda a rede de saúde e educação. Na maioria das vezes, o abuso sexual é intrafamiliar, silencioso, subnotificado, tendo como agressores pais biológicos, padrastos, avôs, tios, padrinhos, primos. Incluem-se aqui, em menos recorrência as mulheres sendo cuidadoras, mães, avós e tias.

Annabella Andrade, promotora do I Forum e coordenadora do Coletivo “O Direito Achado na Rua”, informa que o Brasil é o único país no mundo em que a criança fica em poder do abusador mesmo após indícios e comprovação da violência sexual, por laudos, e reforça que “Temos que unir forças e implantar esse protocolo, que será uma ferramenta relevante para o cumprimento do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) e poderoso instrumento de proteção, intervenção e de enfrentamento da violência sexual na primeira infância”. Ela conta que esse protocolo já está implantado, e com sucesso, em estados como Paraná, e países como Argentina e na Europa.

O I Fórum também abordará aspectos importantes a respeito do abuso sexual contra crianças, jovens e adolescentes e as sequelas que acompanharão as vítimas até o final das suas vidas. As consequências para as vítimas, seja em curto ou longo prazo, vão desde retardo no desenvolvimento psicológico e emocional, a ponto de terem a autoconfiança comprometida e apresentarem dificuldades de relacionamento nos meios sociais, no trabalho, até mesmo no desenvolvimento e comportamento suicida. “Elas sofrem, inclusive, com a confusão de valores morais relacionados à intimidade e à inocência. Elas não têm, na sua maioria, a percepção do que é o abuso sexual”,  completa Annabella.

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