Navegação online: quais informações você deixa para trás?

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Na era do 5G, das casas inteligentes e em que vários processos de nossas vidas tendem a depender cada vez mais das máquinas e da conectividade entre elas, a necessidade de manter os dados pessoais privados é cada vez maior.

Porém, todas as interações virtuais deixam um rastro de informações. Esses vestígios digitais podem ser deixados intencionalmente ou não e são chamados atualmente de pegada digital.

Já que cada vez interagimos mais no mundo virtual, a tendência da pegada digital é crescer com o tempo. Porém, existem maneiras de diminuir a quantidade de informações deixadas para trás, com ferramentas como bloqueador de rastreadores, VPN e outros.

Entenda, a seguir, quais tipos de informações formam nossa pegada digital, como ela pode ser usada por empresas e agentes maliciosos. Além disso, compreenda como mantê-la pequena.

Tipos de pegada digital

Esquematicamente, as informações virtuais podem ser categorizadas nos dois seguintes grupos.

Dados compartilhados intencionalmente

Postagens em redes sociais, participação em fóruns e sites de avaliação de serviços na internet são algumas das situações em que pessoas optam por compartilhar informações na internet. Preencher formulários de informações e enviar mensagens a sites também se enquadram nessa categoria.

Dados compartilhados não intencionalmente

Mesmo sem compartilhar dados ativamente na internet, em muitas ocasiões sites, aplicativos e serviços rastreiam nossas atividades e coletam dados. O uso de cookies, por exemplo, faz parte da coleta de dados mais discreta há anos – embora há pouco tempo os sites tenham explicitado o uso desse recurso.

Em redes sociais e plataformas de comércio eletrônico, rastreadores da movimentação do mouse em tela, de cliques em determinados botões e de tempo passado em cada página e um site são outros exemplos de informações que contribuem para o aumento da pegada digital de forma não intencional.

Maneiras de proteger e limitar o tamanho da pegada digital

Para os dados compartilhados intencionalmente, as medidas protetivas estão bastante ligadas às escolhas de alguém no mundo virtual:

Usar um bloqueador de rastreadores

O monitoramento de atividades virtuais é uma prática infelizmente comum e detalhada por parte de redes sociais, sites de comércio eletrônico e aplicativos.

Instalar programas que bloqueiam rastreadores é uma maneira de impor uma barreira a esse tipo de coleta de dados sem parar de usar os serviços virtuais (embora essa também seja uma opção possível). Alguns navegadores de internet, como Brave e Opera, já trazem essa função de bloqueio embutida para aumentar a privacidade.

Usar uma VPN

VPNs são serviços que permitem navegar usando uma rede virtual privada, em vez de a rede pública habitual. Além de aumentar a segurança nas comunicações, criptografando o tráfego de dados, esse tipo de ferramenta também permite mascarar o endereço de IP, aumentando a privacidade.

O endereço de IP fornece informações sobre a navegação de indivíduos a sites: as páginas visitadas durante uma sessão de navegação, a localização aproximada do computador acessando o site, entre outros.

Fazer uma “limpeza” nas credenciais de serviços virtuais

Apagar contas inativas em serviços virtuais que já usamos é uma prática relevante. Manter as credenciais sem usar os serviços significa se abrir ao risco de ver esses dados pessoais serem vazados em ataques a bases de dados.

Na prática, uma compra única numa loja virtual de dois anos atrás que demandou um cadastro com informações pessoais básicas pode se tornar uma dor de cabeça. Os dados podem vazar ou serem vendidos para hackers na dark web numa situação que, infelizmente, não é incomum.

Evitar fazer login com redes sociais

Os cadastros em muitos serviços na internet hoje podem ser feitos por meio da conta Google, Facebook, Twitter. Embora seja conveniente por evitar criar novas senhas e registros, esse tipo de acesso concede dados pessoais a essas empresas para uso privado.

Limitar o compartilhamento de informações pessoais

Conforme antecipado, parte da troca de informações pessoais em redes sociais está sob nosso controle. Check-ins em restaurantes, fotos de nossa casa, de parentes e amigos, de lugares em que nos hospedamos são fragmentos de informação que ajudam observadores externos a entenderem quem somos. Reduzir ou parar de deixar esses e outros tipos de informações públicas é importante para reduzir a pegada digital.

Riscos ligados à pegada digital

Informações que compõem a pegada digital geralmente são permanentes a partir do momento que ficam disponíveis publicamente. Para um indivíduo, isso raramente é uma vantagem, pois outras pessoas podem ter controle sobre o acesso e uso delas.

Primeiramente, isso pode ser danoso para a reputação dos proprietários das informações. As pessoas mudam e podem preferir ocultar ou mostrar determinadas informações, o que deixa de ser uma opção quando os dados são acessíveis publicamente.

Isso pode repercutir tanto na reputação virtual quanto no mundo real. Na prática pode ser danoso para conseguir acesso a universidades, melhores condições de trabalho ou de relacionamentos em geral, por exemplo.

A difusão de informações sem contexto, especialmente fotos e vídeos, tende a ser bastante problemática. Pode levar desde a más interpretações de fatos até campanhas de destruição de reputação difíceis de remediar.

Outra situação problemática é o vazamento de informações de conversas privadas para o âmbito público. Esse tipo de ocorrência pode ter repercussões tão variadas quanto negócios sendo desfeitos e relações de amizade ou amor sendo rompidas.

Por fim, um risco ainda mais grave é o uso de informações pessoais sensíveis por cibercriminosos. A depender do tipo de dado, a vítima pode tanto sofrer golpes de chantagem, ataques bancários ou simplesmente ver suas credenciais serem usadas para promover fraudes e golpes em terceiros.

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