Parada do Orgulho LGBT+ será focada na assistência social

Daniel Teixeira/AE
- PUBLICIDADE -

Marcada para o próximo domingo, a 27ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo tem como foco deste ano promover a inclusão da comunidade no acesso às políticas públicas de assistência social. Ontem, a organização do evento anunciou que espera para a edição deste ano um público de 4 milhões de pessoas e terá 19 trios elétricos com shows de artistas como Pabllo Vittar, Majur e Daniela Mercury.

“Eu mesma, que tenho 40 anos de militância, não conhecia o Susa. Precisamos ter acesso a esses serviços, que esquecem a nossa comunidade”, disse Claudia Garcia, presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT-SP), sobre o tema deste ano: “Políticas sociais para LGBT+: Queremos por inteiro, não pela metade”.

Claudia defende que o Sistema Único de Assistência Social (Susa) deveria ter diretrizes mais específicas para garantir moradia, renda, segurança e outros direitos básicos à população LGBT+. O anúncio reuniu representantes dos poderes públicos municipal e estadual, além das marcas patrocinadoras, como L’Oréal, Smirnoff e Vivo.

PARADAS PERIFÉRICAS

“Quero perguntar aqui para as marcas se elas vão me dar emprego o ano todo ou só em junho? E as políticas públicas, são feitas só em junho também?”, indagou Leonora Áquilla, coordenadora municipal de Diversidade. Ela disse ainda que a Prefeitura pretende expandir o apoio às Paradas periféricas no ano que vem. “Quem mora lá no fim do Capão Redondo, por exemplo, muitas vezes não consegue sequer chegar até a Avenida Paulista.”

Soninha Francine, secretária municipal de Direitos Humanos, afirmou que a gestão de Ricardo Nunes tem dado atenção à população LGBT+ com a ampliação de programas como o Transcidadania, que oferece bolsas de estudo para travestis e transexuais, e a Casa Florescer, que oferece acolhimento para pessoas transgêneras. O apoio da Prefeitura para o evento está estimado em R$ 2,5 milhões.

“O problema é que não há uma diretriz federal específica para políticas de assistência social às pessoas LGBT+ no Susa, não como existe no SUS. Assim, sem a garantia de que receberão esse repasse de verba, muitos municípios não se atentam para o fato”, afirmou Soninha. Segundo ela, o conceito de “família” do sistema ainda é muito ultrapassado e não prevê situações como o acolhimento de idosos homossexuais. “O trabalho é voltado para homens, mulheres e casais heterossexuais.”

A concentração para a Parada começa às 10 horas do domingo, na frente do Masp, e os trios começam a andar a partir do meio-dia.

- PUBLICIDADE -