Guti irá à Justiça caso Lula mantenha decisão que restringe voos do Rio de Janeiro

Divulgação/PMG
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Maria Menezes

O prefeito Guti afirmou que recorrerá à Justiça caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantenha a decisão que limita os voos do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com objetivo de aumentar a demanda do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, também na capital Fluminense, que opera atualmente com 20% da sua capacidade. A ideia é equilibrar a demanda entre eles.

No entanto, segundo o prefeito, a decisão afeta diretamente Guarulhos. Isso porque, de acordo com a resolução, o Santos Dumont poderá manter apenas operações planejadas que atendam uma distância máxima de 400 quilômetros de seu destino de origem em aeroportos de voos domésticos, podendo manter rotas com São Paulo, Belo Horizonte e Vitória, mas deixará de manter operações com aeroportos internacionais, como Confins e Guarulhos, prejudicando a cidade. A portaria, assinada por Lula na última quinta-feira (10), deve ser adotada em caráter de urgência a partir do dia 2 de janeiro de 2024. Dessa forma, Guti afirmou que entrará na justiça contra a decisão caso se esgotem as possibilidades de diálogo na política.

O acordo foi pensado por Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro. Em um discurso feito pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Marcio França, durante uma visita de Lula às futuras instalações do Impa Tech, no centro do Rio de Janeiro, disse que Lula havia combinado um acordo para levantar as operações do Galeão. “A palavra de Lula é reta e não faz curva. Ele combinou um acordo e encontramos então um formato jurídico para dar lastro a essa decisão, para que a gente possa voltar a ter no Galeão muitos voos e passageiros”, disse França.

Nas redes sociais, Guti pediu a reconsideração do presidente, visto a quantidade de demissões e perda na arrecadação da cidade e do Estado de São Paulo diante da decisão. “O presidente da República assinou uma portaria mudando a configuração de alguns voos no Rio de Janeiro que vão impactar em cheio e de forma negativa o nosso Aeroporto de Guarulhos. Isso vai se traduzir em milhares de demissões e em perda grande de arrecadação. Não só Guarulhos, mas o estado inteiro vai ser afetado”, disse.

A partir do momento em que a portaria entrar em vigor, Guarulhos passará a atender somente passageiros com destino ao Aeroporto do Galeão, enquanto para o Santos Dumont ficará em rota com o Aeroporto de Congonhas. “São 32 voos diários que vão deixar de sair de Guarulhos, porque muitos vão migrar para Congonhas. São Paulo fica com o Galeão, mas muitos passageiros querem evitar voar para lá, o que, consequentemente, fará com que deixem de voar por Guarulhos. Na prática, a cada um milhão de passageiros perdidos, mil demissões acontecem e só nesses voos perdemos exatos um milhão de passageiros, o que significa mil empregos a menos, sem contar as conexões”, disse Guti. “Na estimativa da GRU Airport estamos falando de três a cinco milhões de passageiros, podendo perder de três a cinco mil trabalhadores, sem contar a carga. Nós vamos perder muita arrecadação”, concluiu.

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