Servidores fazem ato contra terceirização da Saúde e querem fim do contrato com o Gerir

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Nesta segunda-feira (22), funcionários do Hospital Municipal de Urgências (HMU) se mobilizaram em frente à unidade para protestar contra a terceirização e a administração do Instituto Gerir, que assumiu o HMU e outras três unidades de saúde da cidade no último dia 4.

Durante a manifestação, os funcionários do HMU receberam o apoio de colegas de outros departamentos da prefeitura. Assim como revelado pelo HOJE na edição da última sexta-feira (19), alguns servidores denunciaram que estão sofrendo coação para que decidam entre deixar o hospital para favorecimento de contratados pelo Gerir.

Para potencializar o protesto, os servidores fecharam a avenida Tiradentes, em frente ao hospital, e como simbolismo do atual momento que atravessa a gestão do HMU colocaram um caixão no asfalto, onde alguns manifestantes depositaram flores. E de mão dadas, eles também contornaram o hospital, da entrada principal até a área de emergência, em um grande “abraço”. Todos rezaram o Pai Nosso.

De acordo com o ex-conselheiro municipal de Saúde, Pedro Gomes, que segundo informações teria sido destituído de sua função após fazer fortes críticas e denúncias ao formato de gestão do prefeito Guti (PSB) durante sessão na Câmara Municipal, revelou que neste ano ocorreram 32 mortes no HMU.

“O ato se deve à terceirização e o número alto de mortes que está havendo, aqui, e eles não divulgam. Se eles apresentassem as estatísticas, a gente não falaria isso e fazíamos um comparativo pelo mesmo período. Teve um sábado que foram registrados seis óbitos. Somos contra qualquer privatização”, disse o secretário-geral do Stap, Rogério Oliveira. A entidade também denuncia a forma como foi feita a terceirização do HMU, do Hospital Municipal da Criança e do Adolescente (HMCA) e da Policlínica Paraventi, sem licitação e sem nenhum tipo de consulta popular, sequer ao Conselho Municipal de Saúde.

Stap pretende recorrer ao Judiciário contra contratação do instituto goiano

Enxergando possíveis irregularidades na assinatura do convênio entre a Prefeitura de Guarulhos e o Instituto Gerir para administrar o Hospital Municipal de Urgências (HMU), Hospital Municipal da Criança e do Adolescente (HMCA) e a Policlínica Paraventi ao custo de R$ 162 milhões por ano, o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública de Guarulhos (Stap) deve ingressar com ação no Judiciário para
“O sindicato já se posicionou de forma contrária. Contrataram essa empresa por R$ 162 milhões e não vai resolver o problema da Saúde. É um problema de gestão e acredito que teria de contratar pessoas para resolver o problema dos hospitais, e não contratar um instituto”, declarou o presidente do Stap, Pedro Zanotti.

“Nosso departamento jurídico já está estudando o caso e vamos questionar no Judiciário, fora as ações que vamos continuar fazendo. O projeto de terceirização ainda não foi sancionado em Brasília (DF). Está sancionado aqui uma coisa que não existe”, disse o sindicalista.

Reportagem: Antônio Boaventura
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Foto: Ivanildo Porto

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