Furp, uma gigante que respira por aparelhos


Os mais de 800 funcionários da Fundação Para o Remédio Popular (Furp) da fábrica de Guarulhos estão preocupados com o possível fechamento da empresa. A unidade tem 40 mil metros quadrados de área construída. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), avalia a extinção da empresa, que acumula R$ 100 milhões em dívidas.

A fábrica, inaugurada em 1984, produz 96 medicamentos. Anualmente são 960 milhões de itens. O déficit da empresa, entretanto, não é culpa de Guarulhos. Em 2013, a Furp fez uma parceria público-privada (PPP) para construir a unidade de Américo Brasiliense, que tem alto custo de produção e inviabiliza a venda de remédios.

Em novembro, a Assembleia Legislativa de São Paulo concluiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Furp. Os deputados estaduais aprovaram relatório em que recomendam o Governo do Estado a encerrar o contrato em Américo Brasiliense e manter a fábrica de Guarulhos.

Segundo Nelson Agostinho de Oliveira, diretor do Sindicato dos Químicos de Guarulhos, os trabalhadores da fundação estão apreensivos. “O governador quer mandar todo mundo embora”, disse.

Em nota, a Furp afirmou que preza pela transparência e pelo uso correto e racional dos recursos públicos. A fundação não descartou fechar a unidade guarulhense. “Qualquer medida que venha a ser adotada será fundamentada em critérios técnicos, com total respeito à legislação, e priorizará a garantia do fornecimento gratuito dos medicamentos à população”.

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