Sem sonda, Temer terá intervenção semanal contra obstrução urinária

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Pelos próximos dois ou três meses, o presidente Michel Temer (MDB) manterá sessões semanais para a dilatação da uretra (em ambulatório ou em casa) como forma de reduzir o risco de novas obstruções do canal condutor da urina.
Há cinco dias, o presidente apresentou febre, e exames de sangue e de urina revelaram a presença de infecção urinária, apesar de ele estar tomando antibiótico indicado a pacientes que usam sonda na bexiga.
No caso de Temer, o dispositivo foi colocado em 13 de dezembro, após cirurgia de desobstrução do canal urinário, e retirado no sábado (30).
Segundo o urologista Miguel Srougi, um dos médicos que o acompanham em São Paulo, a febre logo cedeu com a introdução de um novo antibiótico e os exames já estão normalizados. “Ele está urinando muito bem, de maneira espontânea, sem qualquer sintoma local ou sangramento”, explicou o médico.
De acordo com Srougi, a sonda colocada na última intervenção cirúrgica em São Paulo deveria permanecer na bexiga por três semanas, medida adotada rotineiramente para se reduzir os riscos de reincidência.
Mas, devido à infecção, o aparelho foi retirado com 16 dias de uso. “Um pouco antes do momento ideal, mas provavelmente suficiente para reduzir de forma significativa a recorrência do estreitamento”, diz Srougi.
Por recomendação médica, Temer permaneceu os últimos dias em repouso absoluto no Palácio do Jaburu, onde passou a virada do ano com a família.
Segundo assessores presidenciais, ele tem se recuperado bem e retomará a agenda de trabalho a partir desta terça-feira (2).

HISTÓRICO
Desde outubro, Temer vem sendo submetido a uma série de procedimentos médicos, o que despertou boatos sobre um eventual câncer de próstata ou de bexiga ou ainda de erro médico –todas as hipóteses descartadas pela equipe médica.
De acordo com Srougi, há seis anos Temer foi submetido a uma cirurgia de próstata, realizada por meio da uretra, para tratar um quadro de crescimento benigno da glândula.
“Na ocasião, houve um pequeno estreitamento do canal uretral, levando-o a ter uma discreta de dificuldade de urinar, mas que sempre foi bem tolerada por ele”, afirma o médico.
No final de outubro, o presidente apresentou retenção urinária total, seguida de sangramento, e foi socorrido em regime de emergência no Hospital do Exército, em Brasília. Na ocasião, foi colocada uma sonda na bexiga.
Temer foi para São Paulo dois dias depois, esperando que o aparelho pudesse ser retirado. Sob anestesia geral, foi realizado um exame endoscópico do aparelho urinário, que demonstrou áreas de inflamação local pela intervenção cirúrgica recente e um pequeno orifício causado pela passagem da sonda (tecnicamente chamado de falso trajeto).
“O exame interno da próstata demonstrou que havia áreas extensas de sangramento ativo, e na bexiga havia grandes coágulos de sangue, ambos sanados na mesma cirurgia endoscópica”, afirma o médico.
Foram feitas biópsias da próstata e da bexiga para descartar tumores nos dois órgãos –ambas com resultados negativos.
Temer ficou ainda dois dias com sonda no pós-operatório e, ao receber alta, o sangramento estava controlado e ele urinava normalmente, segundo Srougi.
Após 45 dias da cirurgia urinária realizada em São Paulo, o presidente notou diminuição do jato urinário e voltou a apresentar desconforto. Foi reinternado com o diagnóstico de provável novo estreitamento uretral.
No último dia 13, Temer foi então submetido a uma segunda intervenção em São Paulo, de pequeno porte, que consistiu de incisão (corte) no trecho estreitado, o mesmo atingido anteriormente.
O urologista explica que o presidente evoluiu bem, ficou internado por três dias, com cuidados para evitar sangramentos, e teve alta com a sonda aplicada na uretra, retirada no último sábado.
Aos 77 anos, Temer é o mais velho presidente da história do Brasil. Em novembro, ele realizou uma angioplastia em três artérias coronárias.

(Folhapress)
Foto: Divulgação

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