Cautela e falta de insumos reduzem ritmo de alta na produção da indústria de SP


A produção industrial paulista já superou o patamar de fevereiro, no pré-pandemia, mas ainda opera 17,7% abaixo do pico alcançado em março de 2011, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O parque fabril de São Paulo responde por 34,2% de toda a produção nacional. A indústria local cresceu 0,5% em outubro ante setembro, sexto mês consecutivos de avanços, embora tenha sido menos intenso que nos meses anteriores: maio (10,6%), junho (10,6%), julho (8,9%), agosto (4,5%) e setembro (5,7%). Ainda assim, em outubro, a produção paulista já estava 5,3% acima do nível de fevereiro, no pré-pandemia.

Segundo Bernardo Almeida, gerente da pesquisa do IBGE, a perda de fôlego na indústria de São Paulo reflete uma cautela dos empresários diante de um momento de incertezas, mas também decorre da falta de insumos já alardeada pelo setor.

“A falta de insumos para a produção final também é um fator que diminui o ritmo de produção. E São Paulo, como é vitrine para a indústria nacional, recebe esse fator de forma mais enfática. A falta de insumos influencia bastante sobre essa queda de ritmo da indústria de São Paulo sim”, confirmou Almeida.

Outros fatores que pesaram negativamente para o desempenho pouco vigoroso de outubro foram a base de comparação mais elevada, que dificulta taxas de crescimento mais robustas, e a conjuntura ainda permeada de incertezas.

“Os meses anteriores demonstraram muito impulso de recuperação em relação aos meses em que houve paralisações por conta de medidas sanitárias contra a pandemia. Agora que houve essa recuperação, e São Paulo já se apresenta acima do patamar pré-pandêmico, a indústria voltou a atuar da forma como atuava anteriormente, como na média nacional: com cautela, de olho nas incertezas. O desemprego alto também gera essa baixa no fôlego da produção paulista, e a cautela também na retomada de investimento e nas decisões de consumo das famílias”, justificou Almeida.

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