Indústrias da cidade têm saldo positivo de 11% de novos empregos, aponta Ciesp

Foto: Kateryna Babaieva no Pexels
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Giovanna Silvério

De acordo com Maurício Colin, diretor titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), com foco em Guarulhos, a pandemia fez com que a cadeia se desarranjasse, o que dificulta e muito a retomada. “É como se acontecesse um desbalanceamento. Perdemos produção. O que produzíamos saía para vendas aos poucos e, agora, abre-se o comércio, porém, o povo diminuiu seu poder aquisitivo. A inflação está alta e os insumos aumentaram demais. Com essa situação, temos a dificuldade no repasse e isso dificulta uma retomada forte de recuperação das indústrias. O saldo do momento para a Indústria é positivo. Criou-se em torno de 11% de novos empregos. Mas, ressalto que precisamos recuperar o estrago feito em crises anteriores à pandemia”, ressaltou Colin.

Segundo ele, o fechamento de postos de trabalho, no entanto, se manteve no mesmo patamar de outros anos. “Nada além do natural. É difícil acompanhar mesmo fora de momentos como o da pandemia. Muitos que fecham as portas não anunciam em órgãos oficiais ou na mídia. Muitas vezes descobrimos após meses que um associado fechou. Na pandemia eu diria que poucas indústrias fecharam, até porque a maioria continuou operando seguindo protocolos. O que podemos dizer é que a produção foi menor, principalmente nos primeiros seis meses da pandemia”, acrescentou Colin.

Segundo o Ciesp, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – Subseção Metalúrgicos de Guarulhos por meio do economista Rodolfo Viana, entre março e dezembro de 2020 o saldo era negativo. Porém, em 2021 recuperou-se o nível de emprego. A indústria de transformação, no período, admitiu mais de quatro mil funcionários. Já as empresas de Guarulhos admitiram mais de nove mil empregados. 

 Segundo Colin, quem mais sofreu nesse período foram os informais. “Para esses a falta de trabalho impactou absurdamente e os planos não tinham tamanha robustez que têm para aqueles empregados formais”, disse ele.

Outro ponto que também impactou foi a falta de incentivo estadual para socorrer as indústrias no período de pandemia. “Não houve, pelo contrário, em janeiro de 2021 o governo estadual aumentou impostos para vários segmentos. O que recebemos foi do governo federal, alguns pacotes que socorreram indústrias, mas não todas. Do governo municipal também desconheço, mas, até entendo: os municípios tinham a obrigação de focar nos hospitais, nos leitos e nos atendimentos aos contaminados. Entre as medidas que recebemos do governo federal eu destaco, por exemplo, a prorrogação de alguns débitos, na negociação do financiamento da folha de pagamento e na flexibilização para acordos com empregados, os quais também recebemos a flexibilização do Sindicado dos empregados”, finalizou Colin.

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