Pedestres, ciclistas e motoristas: o trânsito em Guarulhos

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O desafio é enorme: fazer com que veículos, ônibus, motociclistas, ciclistas e pedestres convivam em harmonia pelas ruas de Guarulhos. Para isso, a Mobilidade Urbana da cidade é sempre tema de debates e projetos que buscam melhorar a fluidez do trânsito.

Qual guarulhense nunca precisou trafegar pelo Trevo de Bonsucesso ou pelas rodovias? Os ônibus em horário de pico ou o calçadão da rua Dom Pedro II em épocas festivas? Para garantir o primeiro direito básico do cidadão – o de ir e vir – Guarulhos lança mão de alguns projetos que contribuirão diretamente para a melhora da qualidade de vida da população.

Muito já foi feito, o Bilhete Único e os terminais são exemplos disso, porém mais obras estão sendo projetadas para melhorar a mobilidade do cidadão dentro do município, como os corredores de ônibus, as obras de recapeamento, a ampliação das ciclovias e a conclusão de grandes obras como o já citado Trevo de Bonsucesso e o Complexo Jacu-Pêssego.

Mas qual a visão de quem diariamente enfrenta os desafios do trânsito de Guarulhos?

Kaiqui Farias, motorista de aplicativo

“O trabalho por aplicativo na cidade se tornou hoje uma segunda renda, ou até a principal da maioria da população. Como qualquer segmento, falta incentivo tanto para os motoristas quanto para os usuários, como, por exemplo, abastecimento, aquisição ou locação de automóveis, equiparação aos taxistas e também sobre segurança. Estamos no meio de uma briga política sobre o reconhecimento ou não para se ter carteira assinada, o que para muitos, inclusive eu, não se torna vantajoso provocando medo em grande parte no caso de se tornar real, das empresas começarem a ser taxadas e abandonarem o ramo e assim dificultando o sustento da população, que se beneficia deste trabalho”.

Leandro Leite, motorista de ônibus

“A visão que tenho se refere mais aos veículos que o sistema de transporte tem. Alguns bairros e algumas linhas ainda têm ônibus com ar-condicionado, mas muitas linhas também não têm e precisaria ser reparado. Além disso, a questão da área viária da cidade, porque são ruas muito apertadas e não têm corredores de ônibus e nem terminais”.

Lucas Gomes, motorista morador no Mikail

“Em dias chuvosos a situação em Guarulhos se torna caótica devido aos alagamentos e à falta de um asfalto minimamente cuidado atrapalha bastante a vida dos guarulhenses. Isso não apenas prejudica a minha experiência como motorista, mas também afeta outros que dependem do transporte. Resido em Guarulhos há 27 anos, toda a minha vida, e, apesar dos desafios, reconheço que a cidade é um bom lugar para se viver. Ao longo desse período, observei uma significativa evolução e acredito que há uma tendência positiva para melhorias”.

Alexandre Galvão, motorista de caminhão

“Eu vejo que o trânsito de Guarulhos se tornou um pouco violento e muito congestionado. Acho que acaba faltando vias de acesso aos bairros e isso dificulta para nós que dirigimos caminhão, que não é um veículo pequeno e não consegue entrar em qualquer rua ou viela e por conta da falta de acesso muitas vezes as entregas e o nosso trabalho ficam acumulados e atrasados. Entretanto vejo que evoluiu muito desde a época em que eu era mais novo, os transportes públicos principalmente, agora contam com Wi-Fi, ar-condicionado e até mesmo mais carros da mesma linha na rua, por mais que eu dirija caminhão utilizo o ônibus como transporte às vezes e esta mudança é significativa para mim”.

Alexandre Rodrigues, ciclista

“Falta uma conscientização maior da população enquanto a presença dos ciclistas na via. Muitos são os motoristas que não respeitam as leis de trânsito, como manter a distância de 1,5 m do ciclista, colocando a nossa vida em risco. Em outros casos, são os próprios pedestres que não compreendem. Quanto as ciclovias elas são mal planejadas, oferecendo riscos como roubos ou quedas, devido à falta de manutenção. Além disso, há muitos motociclistas que utilizam a ciclovia para fugir do trânsito. A bicicleta é um importante meio de transporte, que não só traz qualidade de vida, mas também é benéfica para o meio ambiente”.

Tiago Soares, pedestre

“A região central é mais amigável ao pedestre, com calçadas largas e os calçadões. Infelizmente, conforme vamos para os bairros o pedestre enfrenta calçadas estreitas ou inexistentes, buracos e degraus que podem chegar a mais de um metro”

Juliano de Souza , motociclista

“A cidade tem melhorado o cuidado com o motociclista, com a área de espera para as motos à frente dos carros em alguns cruzamentos com semáforos. Mas ainda há muitos buracos traiçoeiros e tampas desniveladas que, especialmente em dia de chuva, podem causar acidentes graves. Tudo isso somado aos demais motoristas que não respeitam os motociclistas”.

Odete Rosa da Silva, motorista de ônibus

“Eu me sinto orgulhosa de fazer parte do meio do transporte e permitir o direito de ir e vir das pessoas dentro da cidade de Guarulhos. Vejo que a população do munícipio nos trata de maneira essencial para locomoção do dia a dia e que podemos investir em mudanças necessárias como, ter mais fiscalização, educação e sinalização no trânsito para sempre melhorarmos”.

Felipe Agostinho dos Santos, motorista de ônibus

“Fazendo parte do transporte da cidade sinto que a população nos vê de uma boa forma. Agora no dia a dia, a cidade poderia melhorar na questão das pavimentações das ruas, por conta dos buracos, enchentes e até mesmo na sinalização para carros estacionados em lugares que dificultam parar um ônibus. Trabalhar com o transporte coletivo em Guarulhos é o que eu gosto hoje, conseguir fazer com que todos os passageiros se locomovam para seus compromissos com segurança, rapidez e agilidade, sempre dando o nosso melhor”.

Tiago Alves, motociclista 

“A minha visão é de esperança de um dia andar por uma cidade como Guarulhos mais segura, sair da minha garagem sem o medo de ser assaltado. Esperança por uma cidade com ruas melhores, aonde eu terei certeza que a minha moto não vai quebrar diante dos inúmeros buracos que encontramos no caminho, sem falar no trânsito que nos força a andar pelo corredor e sofrer o risco de um acidente. Esperança de inclusão e acessibilidade, por que não ter vagas para motos no Bosque Maia? Recentemente esse lazer ‘nos foi tirado’ pelo simples fato de não conseguirmos estacionar as nossas motos, pois não tem uma vaga. A minha visão é realmente uma visão que um dia tudo isso irá melhorar e um dia poderemos sair e chegar em paz no nosso lar”.

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