Paixão por miniaturas de carros faz a cabeça de todas as idades

- PUBLICIDADE -

Reportagem: Gil Campos

[email protected]

Há pessoas apaixonadas por carrões, outras fascinadas por carrinhos. É o caso de Bruno Vieira, de 27 anos, que passou a colecionar miniaturas nos últimos sete anos e chegou a ter mais de 3 mil delas em sua casa, no bairro do Macedo. “Por mês, chegava a gastar R$ 1,2 mil com os carrinhos, e já paguei R$ 7 mil por um lote de miniaturas”, contou. A paixão só aumentou e ele passou a garimpar relíquias em várias cidades do estado de São Paulo.

“Encontrava colecionadores que estavam se desfazendo das coleções por vários motivos, seja porque a esposa implicava com carrinhos espalhados por toda a casa, seja porque os filhos cresceram e estavam danificando parte da coleção ou mesmo por questões financeiras. Viajava quilômetros para resgatar as relíquias”, contou Vieira.

A coleção foi tomando parte do seu dia a dia de uma forma tão forte, que ele largou o emprego de gerente de vendas de uma empresa na capital paulista. “Passei a postar no Facebook cada carrinho que comprava por pura satisfação e as pessoas, de imediato, perguntavam se estava à venda. Observei que a procura era bem maior que a demanda e resolvi unir o útil ao agradável, ou seja, minha paixão por miniaturas com o lado financeiro”.

Vieira iniciou as vendas pela internet como renda extra. Em casa, montou a própria empresa e a demanda aumentou ainda mais. “Não tive alternativa: larguei o emprego fixo e me dediquei às miniaturas”, observou.

Em setembro de 2017, abriu uma loja no Centro da cidade, que virou o point dos colecionadores. “Temos clientes que gastam R$ 100, por semana comprando carrinhos, mas temos aqueles que desembolsam R$ 1.000, semanais. Não há crise para quem é apaixonado por miniaturas”, afirmou o hoje comerciante.

Ele disse que não dá para explicar a paixão por quem gosta de miniaturas. “Acho que já nasce com a pessoa. É algo fascinante”. Em sua loja, se encontram miniaturas nas escalas 1/64 a 1/18, mas as de maiores saídas são 1/32. “Chego a vender mais de 200 por semana”.

As miniaturas são importadas, costumam vir da China, Itália, Alemanha e EUA. “Infelizmente, no Brasil, não existem fábricas de miniaturas, e as de fora não pensam no consumo brasileiro. Temos muitos modelos de carros que não existem por aqui, como o Jaguar XK120 Roadster 1950 ou o Plymouth Fury 1958. Se procurarmos Ford Ka, Gol, HB20, Fiesta, não encontraremos e quando alguém fabrica os modelos nacionais, não tem interesse em mandar para o Brasil”, lamentou.

Muitas vezes, conforme contou Vieira, um modelo brasileiro, como a Eco Sport, por exemplo, até pode ser encontrado lá fora por US$ 25, mas quando chega ao mercado brasileiro, vai custar até sete vezes mais, ficando inviável.

Serviço:

Puro Hobbie Miniaturas

Rua Benedito Rodrigues de Freitas, 104, Centro

Telefone: 9.9330-0199

Funcionamento: Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 18h; domingo, das 10h às 14h; e feriados, das 10h às 16h.

Dicas básicas para iniciar uma coleção

E como iniciar uma coleção? As dicas são variadas. Muita gente começa a colecionar a partir das coleções comumente vendidas nas bancas de jornais, mas no final da coleção, o preço tem aumentando assustadoramente. O importante, então, é comprar em lojas especializadas.

Também é interessante, não tão importante, escolher um tema ou uma escala. “Temos os colecionadores ‘especializados’, que têm suas coleções pelo tamanho da escala, ou pela marca do veículo, ou mesmo por modelos mais antigos ou os mais atuais. E tem aqueles que não se preocupam com esses detalhes, o importante é ter um novo modelo sempre na ‘garagem’”, contou Bruno Vieira.

Outra dica importante é investir numa estante própria para guardar os carrinhos. Isso fundamental para garantir que a coleção dure por muito mais tempo. Quando colocados na estante para colecionador, os pequenos carros ficarão organizados corretamente, o que reduz consideravelmente o risco de dano. Além de ajudar na preservação de cada um dos itens, o móvel também é perfeito para tornar a coleção parte da decoração do cômodo, complementando-a em grande estilo.

De pai para filho, o prazer deter vários carrinhos em casa

“Já comprou outra miniatura?”. Esta pergunta o autônomo na área de transportes, Israel Rodrigues de Souza, de 37 anos, costuma ouvir todos os meses da esposa Renata. E a resposta é sempre positiva. Morador do Continental 2, Souza passou a colecionar os carrinhos aos 20 anos, a partir dos famosos Hot Wheels. Hoje, tem caminhões e aviões na escala 1/43, além dos carrinhos. Gasta entre R$ 800, e R$ 1.000, por mês com a coleção.

“Sempre tive uma paixão muito grande por carros, mas como não posso tê-los de verdade, compro suas miniaturas”, explicou. Geralmente, costuma adquirir entre dois e três carrinhos a cada semana. E a casa já está cheia. “Mas, de boa, minha esposa Renata é uma grande incentivadora da minha coleção”, afirmou.

Pai de Pedro Henrique, de 4 anos, Souza disse não estar preocupado de um dia chegar em casa e ver a coleção espalhada pelo chão. “Desde que ele tinha 2 anos, passei a explicar quais eram os carrinhos para ele brincar e quais eram os da coleção. Hoje ele entende de boa e respeita isso”, revelou. Aliás, conforme fez questão de dizer o pai, sua frota de carros, caminhões e aviões será uma das heranças que deixará para o filho.

- PUBLICIDADE -