Mais de 13 mil famílias perderam o direito ao Bolsa Família no município de Guarulhos

- PUBLICIDADE -

De janeiro a setembro deste ano cerca de 13 mil famílias foram retiradas pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) do programa Bolsa Família em Guarulhos. O número é menor do que o registrado em todo o ano passado quando 16 mil perderam o direito ao benefício.
Os dados foram divulgados pelo MDS que informou que há critérios que os beneficiários precisam cumprir para receberem o benefício. Caso isso não ocorra, pode haver o cancelamento do mesmo. Entre as principais causas na cidade estão a falta de atualização cadastral e a mudança não comunicada na faixa de renda.

Segundo o secretário de Desenvolvimento e Assistência Social, Arão dos Santos Silva, a pasta realizou até o mês passado 10 mil averiguações a pedido do MDS. “As averiguações tem por finalidade constatar ou não a existência de famílias recebendo indevidamente o benefício. Várias irregularidades e falhas vêm sendo encontradas, como o caso de uma família que recebia o Bolsa Família e foi constatado que eles possuíam um caminhão no valor de R$ 115 mil, além de outro veículo”, afirmou o secretário.
Durante entrevista ao HOJE, Silva rebateu os dados apresentados no último dia 12 pela vereadora e ex-secretária de Desenvolvimento e Assistência Social da prefeitura, Genilda Bernardes (PT), que apontavam que quase seis mil famílias perderam o direito aos repasses do Bolsa Família devido a falta de atualização do cadastro pela prefeitura.

“Todas as informações não são verdadeiras. Conseguimos em janeiro realizar 3.332 recadastramentos contra 2.525 de dezembro de 2016. De forma que até agosto deste ano foram realizados 27.294 atendimentos”, explicou Silva que ressaltou que o recadastramento seguirá até o mês de dezembro.
Atualmente, 40.319 famílias recebem o Bolsa Família na cidade, totalizando o pagamento de R$ 3,8 milhões. O valor do benefício médio é de R$ 133,66. De acordo com o MDS, pela quarta vez a pasta conseguiu zerar a fila do programa em todo o Brasil. Isso significa que não há nenhuma família que atenda os critérios do programa e que tenha feito a solicitação do mesmo e não esteja recebendo o benefício.

Genilda deixou secretaria com dívida de mais de R$ 400 mil de aluguel

De acordo com o secretário de Desenvolvimento e Assistência Social, Arão dos Santos Silva, a nova gestão assumiu neste ano uma dívida de mais de R$ 400 mil deixada pela ex-secretária da pasta, Genilda Bernardes.

“Em janeiro fomos surpreendidos com uma ordem de despejo do prédio onde estava instalado o Bolsa Família. Uma dívida de 19 meses de aluguéis atrasados. Diante dessa adversidade entregamos o prédio e montamos um atendimento provisório no Ginásio Poliesportivo Paschoal Thomeu, Thomeozão”, afirmou.
Outro problema herdado da gestão passada, segundo Silva, diz respeito ao Busca Ativa. O projeto integra o Bolsa Família e visa localizar cidadãos que poderiam receber benefícios sociais, mas que por alguma razão não estão incluídos em programas com esse objetivo. No entanto, a empresa responsável por ele amargava uma dívida de R$ 630 mil referente a três meses de atraso do ano passado. Além disso, para o Bolsa Família são disponibilizados quatro veículos. “Todos estavam ou quebrados ou com documentação irregular”, destacou o secretário.

Genilda confirmou o atraso no pagamento do aluguel, no entanto, segundo ela isso aconteceu devido às prioridades. “Quando houve o contingenciamento eu fiz uma opção. A minha foi atrasar os alugueis, mas manter em dia as entidades assistenciais, o programa Bolsa Família, a abordagem de rua. Foi uma decisão que eu assumi”, disse.

Reportagem: Rosana Ibanez
Foto: Ivanildo Porto

- PUBLICIDADE -