Coveiros dos cemitérios guarulhenses reclamam da falta de profissionais e materiais para trabalho

- PUBLICIDADE -

Reportagem: Ulisses Carvalho

[email protected]

Coveiros dos cemitérios do Campo Santo, na Vila Rio de Janeiro, Cemitério São Judas Tadeu, no Picanço e o Cemitério Nossa Senhora do Bonsucesso, no bairro do Bonsucesso, reclamam das condições atuais de trabalho, além da falta de profissionais, material para trabalhar e alegam que não tem nenhum apoio do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública Municipal de Guarulhos (STAP), para dialogar com a administração municipal.

Entre as principais reclamações de acordo com os coveiros, que preferiram não se identificar, com medo de represálias, falta profissionais para realizar o plantão, além de Equipamento de Proteção Individual (EPI), como botas, luvas de raspa e falta de apoio psicológico ao trabalhador.

Outra reclamação dos profissionais é a falta do adicional de penosidade, pago ao trabalhador em casos de trabalho árduo, além da do adicional de insalubridade, no qual ganham 20%, mas de acordo com os coveiros, o ideal é 40%. “Há um excesso de trabalho, e posso afirmar para você, que há em Guarulhos, mais de 15 profissionais afastados, somente por hérnia de disco”, destacou um coveiro do Cemitério do Bonsucesso.

Com média de 25 sepultamentos diários no Vila Rio de Janeiro, a situação lá também é preocupante. “São apenas dez profissionais por plantão, sendo que o necessário seria 15 profissionais. Destes dez, geralmente, um está afastado, outro de férias e até dois estão de folga. Restam poucos trabalhadores para a realização de sepultamentos e exumações”, destacou.

Sindicato diz que é verídica parte das reclamações dos coveiros e que deve acionar o Ministério Público

O Stap afirmou não proceder à questão de que o sindicato não está fazendo nada pelos coveiros, além de destacar que após diversas reuniões com a prefeitura detalhando os problemas enfrentados pelos coveiros, deverá acionar o Ministério Público nessa semana para detalhar os problemas.

“É verídica a reclamação dos coveiros, temos consciência disso. Nós já tivemos conversas com a prefeitura e temos até os ofícios das cobranças. Realizamos inclusive, uma reunião sobre este assunto ontem no sindicato, e devido aos problemas, como falta de materiais, iremos acionar o Ministério Público”, destacou o diretor de comunicação do sindicato, Evandro Moreira, alegando que na questão do aumento de insalubridade, esse assunto deve ser tratado com os Serviços Especializados em Engenharia da Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).

Prefeitura alega que questão da falta de materiais está sendo normalizada

Sobre a questão do EPI, a administração municipal destacou que houve problemas na licitação, porém, o processo foi finalizado e a aquisição dos itens está sendo normalizada. “A Secretaria de Serviços Públicos esclarece que a insalubridade é analisada e concedida pelo SESMT (Divisão Técnica de Segurança e Saúde do Servidor) de acordo com a legislação em vigor”.

Sobre a falta de apoio psicológico ao profissional, a prefeitura informou que os funcionários que apresentam necessidade de apoio são encaminhados ao SESMT. “No Cemitério Campo Santo, os trabalhos são realizados por 12 auxiliares operacionais funerários em sistema de plantão 12hx36h”.

Foto: Ivanildo Porto

- PUBLICIDADE -