Agentes americanos podem identificar criminosos no Aeroporto de Guarulhos


Reportagem: Ulisses Carvalho

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O Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos em Cumbica poderá ganhar agentes americanos do Joint Security Program (JSP), que é uma das modalidades do Programa de Assessoramento de Imigração, realizada pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, permitindo que esses agentes de fiscalização alfandegária atuem dentro do aeroporto.

O objetivo dessa atuação conjunta e parceria entre Brasil e Estados Unidos, é impedir a entrada de viajantes que podem ser terroristas ou até identificar possíveis vítimas de tráfico de pessoas. O HOJE contatou a Polícia Federal (PF) de Brasília sobre essa cooperação, que informou em nota sobre o JSP alegando que o programa de assessoramento na imigração é realizada já em 11 países como Reino Unido, Países Baixos, Alemanha, Japão, Austrália, França, El Salvador, México, Espanha, Catar e Panamá.

Segundo a PF, este programa também visa à instalação de um possível centro em uma área restrita no Terminal 3 do aeroporto. A polícia informou que o local já está parcialmente mobiliado e em vias de inauguração, porém, ainda não houve a assinatura do contrato para a possível cooperação.

“O acordo, que ainda não foi assinado, prevê que os trabalhos desenvolvidos pelos agentes americanos devem ser, exclusivamente, de assessoramento, considerando eventuais expertises, domínio de idiomas e troca de informações. O poder de polícia será exercido, exclusivamente, pela Polícia Federal, não dispondo os agentes americanos de qualquer atribuição em território brasileiro”, informou em nota a PF.

Segundo a polícia, este trabalho não irá fazer parte do controle migratório avançado, já que os voos fiscalizados são do Oriente Médio e África, pois o objetivo do trabalho é verificar os passageiros em trânsito que não são submetidos ao controle migratório do país, além de pessoas identificadas como sendo alto risco para a entrada no país.

Esse possível acordo ainda segue em análise interna, de acordo com a PF. “É necessário ainda observar que nenhum brasileiro é fiscalizado pelo grupo e todos os trabalhos são realizados mediante supervisão direta da Polícia Federal. O programa prevê o trabalho conjunto entre a PF e o CBP (Customs and Boarder Protection) dos EUA para o controle de rotas suspeitas que utilizem o aeroporto de Guarulhos como ponto de passagem, além da identificação e apreensão de documentos falsos e ainda trocas de informações em geral sobre terrorismo, tráfico de drogas e outros crimes eventualmente praticados em ambiente aeroportuário”, destacou.

Foto: Ivanildo Porto


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