Em um mês, Polícia Científica realiza quase 60 desenhos e reconstituições

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Reportagem: Ulisses Carvalho

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Em apenas um mês, a Polícia Científica realizou 57 trabalhos entre desenhos e reconstituições de crimes. Os números são da Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC), que apesar de estar localizada em Guarulhos, também é responsável por outros sete municípios, como Arujá, Santa Isabel, Caieiras, Cajamar, Franco da Rocha, Mairiporã e Francisco Morato.

O HOJE visitou o SPTC na tarde desta segunda-feira (02), localizada na rua Santana do Jacaré, n° 105, no bairro do Bom Clima, para conhecer mais detalhes sobre a profissão. Os trabalhos de desenhos e reconstituições de crimes são realizados pelo desenhista técnico-pericial, que utiliza programas como Adobe Photoshop, AutoCad e Corel Draw.

Desenhistas Diemerson (camisa branca), Antonio (meio) e Davi.

Mesmo com o SPTC sendo responsável nessa parte por oito cidades, a unidade conta com apenas três desenhistas, que são Davi Gregório da Silva, 40, Diemerson Santos Moura, 33 e Antonio Carlos Teixeira Silva, 42. A criação do desenho envolve casos desde uma reconstituição de um homicídio até um acidente de trânsito, furto, roubo, crime ambiental ou constatação de locais de drogas.

Muitas pessoas pensam que os desenhistas só realizam retrato falado. “Ninguém sabe o que tem por trás da profissão”, afirmou em entrevista Silva, que já trabalha há seis anos na SPTC. Os chamados ‘retratos falados’, não são realizados em Guarulhos, de acordo com os desenhistas, já que todos são criados no Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa de São Paulo (DHPP).

Segundo Moura, devido ao tamanho e também pelas rodovias que cortam a cidade, Guarulhos é o município com maior número de casos entre desenhos e reconstituições, chegando a 60%.Em média, esses profissionais chegam a realizar em torno de três a quatro desenhos por dia.

Desenho pode demorar horas ou até quatro dias

De acordo com Moura, a situação depende muito da complexidade do desenho, podendo demorar uma hora e meia, ou até quatro dias para fazer. “As vezes é um caso que você não consegue detalhar tudo em um dia, leva para o perito, ele ajusta o desenho, a gente chega a ir até o local, realiza marcações e também o mapeamento”, destacou.

A rotina dessa profissão começa com os peritos que seguem até o local do crime, realizam o levantamento do local prévio, colocam os vestígios e também realizam um esboço com todo o histórico e objetivo, para o desenhista técnico pericial reproduzir no desenho. “Caso tenha alguma dúvida, como condições da via ou sinalização de solo, falamos com o perito ou vamos até o local e realizamos o croqui”, afirmou Silva.

Já as reconstituições, existem casos que podem durar até duas semanas, como uma ocorrência de um homicídio que houve no mês de fevereiro deste ano em Franco da Rocha, que contou com 12 versões, cada uma com três ou quatro páginas. “O desenho chega bem próximo da realidade, tudo é detalhado de acordo com o perito, e quando o enviamos ele vai auxiliar na decisão do juiz ou do delegado se ele irá indiciar a pessoa”, revelou Moura.

Para trabalhar na área, é necessário além da criatividade, conhecer os programas de edição de desenho e imagem, além de realizar o concurso em caso de abertura da Polícia Civil.

Fotos: Ivanildo Porto

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