Após Teich fazer alerta sobre cloroquina, Bolsonaro defende o remédio e pede ministros ‘afinados’ com ele

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Após o ministro da Saúde, Nelson Teich, ter alertado sobre riscos da cloroquina, o presidente Jair Bolsonaro fez uma defesa do remédio e disse que os ministros de seu governo devem estar “afinados” com ele.

Desde os primeiros dias após o país começar a registrar casos de covid-19, Bolsonaro alardeia a cloroquina como uma alternativa para o combate à doença. O remédio é usado comumente para tratamento de malária. Ainda não há evidências científicas que apontem a eficácia em casos de infecções por coronavírus.

Teich escreveu em sua conta no Twitter na terça-feira (12) que a cloroquina apresenta efeitos colaterais e que a prescrição deve ser feita em comum acordo entre paciente e médico.

Bolsonaro foi questionado por jornalistas, na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada, sobre o posicionamento do ministro. O presidente ressaltou que ministros são indicações políticas dele.

Estudos não veem eficácia

O uso da coloroquina por pacientes infectados com o novo coronavírus segue sendo estudado por vários países, mas pesquisadores ainda não conseguiram encontrar resultados conclusivos sobre sua eficácia no combate à covid-19.

Uma das principais pesquisas sobre a efetividade da hidroxicloroquina no tratamento teve o resultado publicado nesta segunda-feira (11), na revista científica “Jama” (“Journal of the American Medical Association”).

O estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Albany, no estado de Nova York, não encontrou relação entre o uso do medicamento e a redução da mortalidade pela doença. Foram analisados 1.438 pacientes infectados com coronavírus, em 25 hospitais de Nova York.

A taxa de mortalidade dos pacientes tratados com hidroxicloroquina foi semelhante à dos que não tomaram o medicamento, assim como à das pessoas que receberam hidroxicloroquina combinada com o antibiótico azitromicina.

Ainda segundo os autores do estudo, os pacientes que tomaram a combinação de medicamentos tiveram duas vezes mais chances de sofrer parada cardíaca durante o período de análise. Problemas cardíacos são um efeito colateral conhecido da hidroxicloroquina.

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