Indústria só volta a crescer em 2018, diz CNI

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O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, prevê que a indústria nacional só volte a crescer daqui a um ano e meio.
“Em 2016 nós paramos de perder, em 2017 vamos começar a plantar, mas o crescimento mesmo da indústria, só em 2018”, afirmou, após almoço com representantes do governo brasileiro e industriais japoneses, na federação industrial japonesa, o Keidanren.

Segundo ele, dois fatores devem dificultar uma retomada mais precoce da atividade. O primeiro é a fraqueza do mercado interno, que enfrenta a pior recessão da história brasileira e uma taxa de desemprego que ainda deve superar os 13% no começo do ano que vem.
O outro é a fraqueza das exportações brasileiras, que dependem de negociações do governo para abrir mercados.

A balança de produtos manufaturados com o Japão, por exemplo, apresenta um deficit enorme para o Brasil: o país exporta US$ 700 milhões e importa US$ 4,8 bilhões (dados de 2015).
A CNI quer que o governo pressione o Mercosul a abrir negociações para um acordo de livre comércio com o Japão.

Se os outros membros do bloco não estiverem preparados para isso, o Brasil deve achar “uma solução pragmática” para iniciar sozinho as tratativas, diz documento da entidade.
A CNI quer também que o governo trabalhe pelo estabelecimento de acordos de reconhecimento mútuo (ARM), que reduzam a burocracia, os custos e os prazos nos despachos aduaneiros.
O Brasil ainda não tem nenhum ARM com parceiros comerciais, enquanto o Japão os têm com Canadá, Coreia do Sul, EUA, Malásia, Nova Zelândia, Singapura e União Europeia, e deve concluir em breve acordos com China e Suíça.

Andrade disse que a interlocução com o governo atual é melhor que com o governo anterior, da ex-presidente Dilma Rousseff, principalmente porque Temer e sua equipe têm melhor trânsito no Congresso.
Durante o processo de impeachment, a CNI foi uma das poucas entidades empresariais do país que se manteve neutra.

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO, ENVIADA ESPECIAL
TÓQUIO, JAPÃO (FOLHAPRESS)

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