Pré-candidato ao governo de SP, Elói Pietá faz críticas à própria sigla

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O pré-candidato ao governo de São Paulo, Elói Pietá (PT), divulgou uma carta realizando críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT), alegando que estariam fazendo de tudo com o objetivo que não ocorresse às prévias dentro do partido. Além de Pietá, Luiz Marinho, que seria o preferido de Lula, também anunciou que irá concorrer para ser o candidato do partido ao governo de São Paulo.

As prévias que podem ocorrer dentro do PT não aconteciam há 12 anos, e o nome de Marinho é mais forte na disputa, já que o ex-prefeito da cidade de São Bernardo do Campo (2009 a 2016), também trabalhou como ministro da Previdência durante o governo Lula, no período entre 2007 e 2008.

A pré-candidatura do ex-prefeito de Guarulhos, foi confirmada no início do mês passado, recebendo o apoio de quase oito mil aliados, de acordo com informações divulgadas pelo UOL. As prévias dentro do partido para escolha do possível candidato a governador pelo PT, deverá ocorrer no próximo mês.

Confira a íntegra da carta de Pietá criticando o PT:

Há um evidente cerceamento da democracia interna no PT de São Paulo. Sob o argumento da necessária unidade na defesa de Lula e contra o golpe, estão se impondo fatos consumados e prematuros na definição da candidatura ao governo do estado, sem debates, sem participação da militância, fruto apenas de decisão da cúpula de algumas correntes internas. Tais métodos, se não contestados, irão se repetir na definição de como enfrentar a defesa de Lula, do PT, e a luta contra o golpe. E se repetirão na definição de nossas táticas, na elaboração do programa de governo, na definição de nossas alianças.

O caminho, há mais de ano traçado, para emplacar como candidato ao governo estadual Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo, da CNB, foi a eleição dele como presidente estadual. No 6º Congresso em 2017, o Muda PT defendeu outra alternativa e outra política, mesmo dividido em quatro chapas e três candidaturas a presidente. Depois do Congresso, muitos integrantes do Muda PT continuaram a buscar uma alternativa de pré-candidatura a governador, para garantir o debate e a livre escolha dos filiados e filiadas. Suplicy, disse preferir o Senado. Haddad, declinou por não querer conflitar com o candidato da CNB. Após estas recusas, parte do Muda PT, o Avante e a Mensagem, aderiram à candidatura da cúpula do campo majoritário.

O restante do Muda PT, inconformado, uniu-se e solicitou-me aceitar a missão de uma pré-candidatura alternativa, inscrita no prazo final de 12 de janeiro, com cerca de 7.500 assinaturas, obtidas em tempo exíguo, prejudicado pelas festas de Natal, Ano Novo e férias dos primeiros dias do ano. Defendemos a realização de prévias, oportunidade de reconstruir a cultura de ampla participação e democracia no Partido, e oportunidade de ouvir a pluralidade da militância e das lideranças sobre os melhores caminhos para defender Lula, o PT, deter o golpe, e derrotar os tucanos em São Paulo.

Porém, o campo majoritário, com a adesão daquela parte do Muda PT que a ele se associou, quer, em 24 de março, apenas um Encontro de delegados designados pela cúpula das chapas eleitas no PED do ano passado, com cartas marcadas, pois aquela composição elegeu Marinho presidente estadual, que já se declarava candidato a governador. Contraria assim o Estatuto do Partido, que expressa claramente, em caso de opção pela escolha das candidaturas em Encontro, os delegados e delegadas devem ser eleitos após a reunião do Diretório que decidiu por esta modalidade de escolha.

Passado um mês da inscrição das duas pré-candidaturas nenhum debate ainda foi realizado. Em seu lugar, pressões para retirada da pré-candidatura alternativa, evidentemente rechaçadas. A maioria, ampliada com aquela parte do Muda PT, apenas acena com debates simultâneos em dois fins de semana em várias regiões do estado, impedindo assim a presença dos pré-candidatos na maior parte deles.
Vivemos tempos de sufocamento da democracia, não só na sociedade, mas também dentro do próprio PT. Nossa defesa de prévias, e nossa disposição de recorrer ao Diretório Nacional caso a direção estadual opte por Encontro com delegados do 6º Congresso, fazem parte de nossa luta mais geral pela democracia, e pelo engajamento participativo de filiados e filiadas nas grandes lutas do presente.

Foto: Ivanildo Porto

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