Refugiados venezuelanos em Guarulhos aguardam a ‘queda’ de Nicolás Maduro

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Reportagem: Ulisses Carvalho

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A angústia, a tristeza em não poder estar junto com a família, o medo, a falta de noticias e principalmente à distância, são os problemas que mais atingem os refugiados venezuelanos em Guarulhos, que largaram tudo, para tentar recomeçar em um novo país, sem ao menos conhecer o idioma, mas levando o desejo de conseguir sobreviver.

O HOJE compareceu na tarde de terça-feira (30), ao Centro de Defesa dos Direitos Humanos, localizado na rua Paulo José Bazzani, n° 70, no bairro do Macedo, para conhecer a história de duas refugiadas venezuelanas, de nome Melissa Del Carmen Ugas Flores, 32 e Dominga Guzmán Perez, 58.

Mesmo com a saída para o Brasil, a dupla ainda mantém a esperança de que o ditador Nicolás Maduro, irá sair do poder, e de que o atual presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e autoproclamado presidente do país, Juan Gaidó, realizará uma transição democrática. “Acordei de manhã com o vídeo sobre as manifestações, mas essa mudança não irá ocorrer de um dia para o outro”, destacou Melissa, que chegou no mês de dezembro do ano passado em Pacaraima, no estado de Roraima, e desde o inicio do ano vive no Centro de Defesa dos Direitos Humanos, com os quatro filhos e o marido, além de estar grávida de quatro meses.

Separação é a palavra que define a professora aposentada Dominga, que morava na cidade de Puerto Ortaz. “Tenho filha que vive atualmente no Chile e outro no Peru. A família está separada, mas temos esperança de que a Venezuela mude”, informou Dominga, que mora na região do Taboão e veio sozinha para o país, onde se encontra há um ano e oito meses.

Melissa, que trabalhava como auxiliar de cozinha em uma escola e morava na cidade de Monagas, lembra-se das ameaças que recebia na hora das eleições por parte da cúpula que seria ligada ao ditador Maduro. “Eles obrigavam a gente a votar neles, caso contrário, ameaçavam, dizendo ore pelo seu trabalho e pela sua casa. Se não votasse, eles questionavam qual era o motivo”, revelou.

Em nota, a Subsecretaria da Igualdade Racial informou que pelo programa de interiorização chegaram em Guarulhos, de agosto de 2018 até março deste ano, 86 cidadãos venezuelanos. Na manhã de terça-feira, um vídeo que circulou pelas redes sociais mostrava Gaidó, ao lado do outro opositor, Leopoldo López, convocando os militares e a população a protestar contra o ditador Maduro.

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