Quadrilha é presa após furtar testes da Covid-19 do Aeroporto de Guarulhos

Foto: Reprodução/TV Globo
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Quatorze pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha foram presas após desviar caixas com 50 mil testes de Covid-19 que seriam destinados a hospitais de outros estados do Nordeste. Os produtos estavam no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos.

A operação começou quando um dos delegados se passou por comprador dos produtos para chegar até os ladrões. O verdadeiro dono dos testes de Covid-19 prestou depoimento na delegacia do Aeroporto de Guarulhos. O empresário importou os testes rápidos que seriam levados para hospitais do Nordeste.

Segundo a policia, assim que ele recebeu a carga e notou a falta de 15 mil testes, foi procurado pela quadrilha. O delegado Luis Alberto Guerra disse que “o próprio dono dessa empresa já estava em negociações com os receptadores para efetuar a compra da mercadoria que havia sido furtada.”

Dois delegados se passaram por representantes do empresário e entraram na negociação. No sábado (11), o delegado Guerra entrou no galpão, no Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo. O local pertence a Zheng Xiao Yun, conhecido no Brasil como Marcos Zheng, que disse ser presidente da Associação Xangai no Brasil e sócio de quatro empresas em São Paulo.

Segundo a policia, as quinze caixas com mil testes cada, estavam na sala dele. Mas, a negociação foi feita, segundo o delegado, por outro chinês: Fu Zhihong. A policia disse que ele venderia os testes por R$ 3 milhões.

Outro delegado que ficou do lado de fora do galpão contou que enquanto a negociação ocorria, foi procurado por uma outra pessoa querendo vender uma carga também de testes que ainda iria chegar ao Brasil.

A carga chegou da China na quarta-feira (8). Os investigadores suspeitam que o desvio dos testes tenha ocorrido logo em seguida, dentro do terminal de cargas do aeroporto. A polícia vai investigar a participação de funcionários, já que é uma área restrita. Já se sabe que a quadrilha retirou uma caixa de cada lote, para não chamar atenção.

Um policial militar que estava no local também foi preso. Ele disse aos investigadores que alugou o depósito para guardar uma carga de máscaras comercializadas legalmente e que não tem relação com os testes.

A polícia encontrou 3,2 milhões de máscaras e vai verificar se a carga tem nota fiscal. No total 14 pessoas foram presas em flagrante por receptação qualificada. A Justiça decretou a prisão preventiva de todas. Um dos motivos é a importância da carga desviada.

“Está colocando em risco a vida de muita gente. Então eu acho que não se trata de uma receptação comum. Nós estamos falando aqui de uma geração de risco para toda a coletividade, então acho que valores maiores estão preservados com a prisão deles”, disse o delegado Guerra.

O advogado de Marcos Zheng informou que entrou com um habeas corpus no Tribunal de Justiça para que o cliente responda em liberdade. Disse ainda que Marcos Zheng não cometeu nenhum ato ilícito. Apenas alugou parte do espaço para uma empresa importadora.

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