Tintas guache, pincéis, emoção e criatividade deram o tom da primeira oficina de pintura Cores da Inclusão, que reuniu um grupo de pessoas com diversos tipos de deficiência (física, auditiva, intelectual e TEA – transtorno do espectro autista) na tarde desta terça-feira (25) na sede da Subsecretaria de Acessibilidade e Inclusão de Guarulhos, no Macedo.
Conduzidos pelo artista plástico Ricardo Almeida, que usa cadeira de rodas, os participantes tiveram a oportunidade de soltar a imaginação e expressar emoções por meio da arte, além de explorar cores e texturas com o uso de pincéis, esponjas e da própria mão.
“Esta oficina de pintura, guiada pelo talentoso artista Ricardo, proporcionou um espaço valioso para nossas pessoas com deficiência expressarem seus sentimentos e experiências por meio da arte. Cada pincelada reflete não apenas a criatividade, mas também a força e a resiliência desses artistas. É essencial promover atividades que ampliam a expressão de todos na nossa comunidade, valorizando cada perspectiva individual”, destacou subsecretária Mayara Maia.
Na avaliação do artista plástico, a primeira edição da oficina foi proveitosa. “Hoje foi um dia de muita luz e amor. A gente consegue ver que o ser humano é artista por natureza e ver as crianças artistas mostra a beleza da Humanidade. Hoje aqui também desconstruímos a ideia de deficiência”, disse Almeida.
Artistas da inclusão
Acompanhada da mãe Cristiane Franchi, Giovanna Brezzan Franchi Troiano, de 20 anos, curtiu a experiência. Ela tem paralisia cerebral em razão de seu nascimento prematuro com 26 semanas, o que afetou sua parte motora. “Adoro pintar e gosto muito de arte. Já participei de uma peça de teatro e senti que o Ricardo tem uma energia muito boa”, revelou a jovem, que concluiu o ensino médio e frequenta aulas de informática.
Por sua vez, Cristiane Franchi incentiva sempre a filha a participar de eventos da subsecretaria como forma de interação com outras pessoas. “Giovanna gosta muito de arte e pinta sempre o livro de colorir do Bobbie Goods com canetinhas. A arte é uma forma deles se expressarem e socializarem também”, justificou a moradora da Vila Galvão.
Com a ajuda de intérpretes de Libras da subsecretaria, Maria da Penha Vieira, de 57 anos, seguiu as orientações do instrutor da oficina. “Foi um dia especial. Gostei de tudo”, afirmou a participante, que tem deficiência auditiva desde que nasceu, auxilia nas tarefas de casa e sabe fazer tricô e bordar.
Já a munícipe Elaine Moreira, do Jardim Presidente Dutra, levou os filhos Brian, de sete anos e que possui TEA, e Júlia, de dez anos, à oficina para alterar o cotidiano deles. “Esta é uma atividade diferente porque eles têm uma rotina de terapia. Aqui podem aprender junto com outras pessoas, trocar experiências e colocar no papel seus sentimentos”, disse Elaine.