Quieto entre
a fazenda e a residência na região nobre de Londres, em Saint John Wood, uma
casa de três andares circundada por um muro de pedra baixo, um portão de
madeira e nenhuma segurança nas ruas, um desapego aparentemente exagerado para
um beatle, Paul McCartney trabalhou duro na quarentena. Sem anunciar em redes
sociais, estava gravando todos os instrumentos para criar um álbum com muitas
chances de se tornar uma daquelas paradas obrigatórias em sua longeva
discografia.
Paul McCartney III, com ele tocando todos os instrumentos e assinando todas as
composições, dá sequência à linha dos álbuns em que fez o mesmo lançados em
1970 e 1980. Agora, com o disco concluído, ele até brinca, chamando seu
trabalho de um momento de “rockdown”, trocando palavras com o
lockdown que sua Inglaterra viveu por um período, na fase mais crítica da
pandemia. O disco está previsto para sair no dia 11 de dezembro
McCartney fez um texto em suas redes sociais, falando do novo trabalho:
“Eu estava vivendo a vida de lockdown na minha fazenda com a minha família
e eu iria para o estúdio todos os dias. Eu tinha que fazer um pouco de trabalho
em músicas pra filmes e isso acabou virando a faixa de abertura e aí quando ficou
pronto eu pensei, ‘o que vou fazer agora?’. Eu tinha algumas coisas nas quais
trabalhei ao longo dos anos mas às vezes o tempo acabava e ficava tudo meio
pronto então eu comecei a pensar no que eu tinha. Todo dia eu começava gravando
com o instrumento com o qual eu escrevi a música e aí gradualmente iria
adicionando camadas, foi muito divertido. Foi sobre fazer música para você
mesmo ao invés de fazer música que tem que cumprir um trabalho. Então, eu só
fiz coisas que eu gostei de fazer. Eu não tinha ideia que isso viraria um
álbum.”