Fratura do punho foi a segunda maior causa de afastamento do trabalho em 2021

Foto: Divulgação

Dados do Ministério da Economia e Previdência apontam que a segunda maior causa de afastamento de trabalho em 2021 foi a fratura do punho (extremidade distal do rádio), com 30.336 afastamentos, ficando atrás apenas dos casos de Covid-19 (98.787 afastados).

“O rádio é o osso do antebraço mais importante na região do punho, a chamada extremidade distal. As fraturas distais do rádio são muito comuns, correspondendo de 10% a 20% das fraturas atendidas em serviços de pronto atendimento de traumatologia. A causa mais comum é a queda de altura, onde o paciente coloca a mão e o punho no chão para proteger o impacto em áreas mais nobres do corpo, como o tórax e a cabeça.”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Samuel Ribak.

Ainda de acordo com o especialista, mulheres no período da menopausa estão mais propensas a esse tipo de fratura, devido à osteoporose. Outro grupo onde houve um aumento na incidência de fratura de punho foram os adultos jovens envolvidos em trauma de alta energia, como praticantes de esportes de contato ou quando se envolvem em acidentes de trabalho ou de trânsito.

Nos casos de fratura dessa região, a dor é imediata, podendo o punho ficar deformado, com presença de hematoma e inchaço importante. Existem diferentes tipos de fraturas do rádio distal, sendo a mais frequente a chamada fratura de “Colles” (médico inglês que fez a descrição original da lesão), que ocorre quando o impacto sobre a mão causa o deslocamento do punho para trás (região dorsal), ficando a região em forma de garfo de prata.

Também existem as fraturas intra-articulares, quando os fragmentos se estendem até a articulação, e as fraturas expostas, quando o osso fraturado rompe a pele e há comunicação do local da fratura com o meio externo. “As fraturas expostas precisam de tratamento médico especializado de forma urgente, pelo risco de infecção e sequelas definitivas”, ressalta o cirurgião da mão.

Tratamento

O presidente da SBCM salienta a importância de classificar e tratar de forma adequada cada tipo de fratura e, principalmente, cada tipo de paciente, análise que deve ser feita por um especialista em cirurgia da mão.

“Pacientes idosos com fraturas não deslocadas e com leve deslocamento, que são a maioria, evoluem muito bem com o tratamento conservador, com gesso. Já fraturas descoladas e complexas, principalmente em pacientes jovens, podem necessitar de cirurgia”, explica.

As fraturas do punho consolidam, em média, em seis semanas. Quando o tratamento é não cirúrgico, o paciente permanece imobilizado com gesso acima do cotovelo por quatro semanas e, nas duas restantes, é colocada uma luva gessada, deixando o cotovelo livre.

“Já o tratamento cirúrgico é indicado para os casos das fraturas consideradas instáveis, onde não se consegue um posicionamento adequado dos ossos ou quando a fratura causa desvios na articulação”, fala.

Outro método moderno que auxilia no tratamento das fraturas do punho é artroscopia, procedimento no qual se pode visualizar por dentro da articulação através de uma câmara de TV, podendo facilitar o posicionamento correto dos fragmentos ósseos, sem aumentar o tamanho da incisão cirúrgica.

“As fraturas da extremidade distal do rádio realmente merecem atenção especial, com avaliação de um especialista em cirurgia da mão para melhor cuidar destes casos tão frequentes”, conclui o presidente da SBCM.

Sobre a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão

A SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão), fundada em 1959, congrega médicos especialistas em Cirurgia da Mão e Reconstrutiva do Membro Superior. A instituição promove a formação de profissionais, além de fornecer condições para atualização permanente, sob a forma de ensino, pesquisa, educação continuada, desenvolvimento cultural e defesa profissional.

Mais informações em http://www.cirurgiadamao.org.br/

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